Segredos do amor romance Capítulo 315

Victoria ficou atordoada com o que ouviu.

Como Nicole poderia ter pensamentos sobre solidão e sentimentos semelhantes?

A mulher fez uma careta, mas suavizou a expressão quando se abaixou e acenou para que sua filha se aproximasse.

Nicole caminhou até ela e a abraçou.

“Mãe.”

“Quem te ensinou essas palavras?”, perguntou Victoria em voz baixa.

Nicole respondeu com a voz baixa: “Ninguém me ensinou, mamãe. Eu só pensei. Você olhou pela janela assim que voltou, não estava procurando o Sr. Night?”

Victoria disse: “Não, eu estava apenas fechando as cortinas.”

“Mas eu vi você espiando pela fresta.”

Victoria ficou em silêncio.

Ela é mesmo minha filha? Por que continua falando por outra pessoa?

Ao pensar nisso, Victoria estendeu a mão, beliscou as bochechas da menina e repreendeu: “Por que você continua retrucando esses dias, Nicole?”

As bochechas de Nicole eram macias, então quando Victoria as beliscou, ficaram rosadas. Nicole piscou e disse de modo inocente: “Mas mãe, estou dizendo a verdade.”

Esquece. Ela só tem cinco anos. Mesmo que eu tente explicar, ela não vai conseguir entender.

A mulher desistiu, mas tinha que ensinar sua filha adequadamente.

“Pode me prometer uma coisa, Nicole?”

“O que, mãe?”

“Da próxima vez, quando o Sr. Night estiver por perto, faça tudo o que a mamãe disser. Não pode me desobedecer, está bem?”

Nicole concordou, mas perguntou com uma expressão curiosa: “Mamãe, você não gosta do Sr. Night?”

Ela enfim fez essa pergunta.

Victoria assentiu.

“Não gosto dele.”

“Então você odeia o Sr. Night?”

Que resposta ela deveria dar?

Se dissesse que sim, que lição sua filha aprenderia com isto?

Depois de pensar por um momento, Victoria disse com uma voz suave: “Nicole, você é feliz quando brinca com Zack? Gosta dele?”

Nicole assentiu em resposta.

“Sim.”

“E o menino que se senta na sua frente? Também gosta dele?”

Nicole pensou com seriedade por um momento, depois negou com a cabeça. “Não gosto dele, mãe.”

“Ah, não gosta? Então você o odeia?”

Nicole pareceu entender o que sua mãe estava tentando dizer, e olhou-a meio perplexa.

“Então, mesmo que a gente não goste de alguém, não significa que a gente odeia, certo?”

“Entendi agora, mamãe.”

Victoria se sentiu um pouco segura diante do que ouviu. No entanto, a sensação boa não durou mais do que alguns segundos, porque Nicole continuou: “Então você deveria brincar com o Sr. Night, mamãe. Ele é uma boa pessoa.”

Victoria ficou sem palavras.

Não importa.

Victoria disse em voz baixa: “Nicole, vá para o seu quarto. Vou te chamar quando for a hora do jantar.”

“Isso significa que você concorda em brincar com o Sr. Night?”

“Vou pensar nisso mais tarde.”

“Está bem.”

Nicole não podia fazer nada além de obedecer.

Nicole cumprimentou-o e até correu até ele.

Victoria ficou sem palavras.

Nicole pareceu ter esquecido tudo o que havia lhe dito ontem à noite.

Arthur se abaixou e a pegou no colo. Ele usava terno, gravata e um longo casaco cinza por cima. Estava bem arrumado e parecia respeitável.

Nicole, que usava um casaco branco lácteo, parecia um bolinho de arroz macio nos braços dele. Compartilhavam temperamentos semelhantes e, ao lado um do outro, eram ainda mais parecidos.

Victoria fechou os olhos. Não queria testemunhar a cena.

“Sra. Selwyn. Vocês desceram tão cedo, acho que não devem ter tomado café da manhã ainda, acertei?”

Victoria pressionou os lábios e ficou em silêncio.

Quando Tenório a viu ignorando-o, sentiu-se envergonhado e parou de falar.

Arthur caminhou até Victoria com Nicole nos braços. Ele baixou o olhar para Gael, que estava ao lado da mãe e que sem perceber recuou. Então voltou-se para Victoria.

“Vamos, vou levar vocês para tomar café da manhã.”

Victoria ficou onde estava, imóvel e olhou com frieza para Arthur.

O homem ergueu uma sobrancelha quando viu aquilo, depois estendeu a mão para o filho.

“Vamos, Gael.”

O menino olhou para as mãos fortes estendidas para ele. Ele pressionou os lábios, mas não estendeu a sua.

Mesmo que as mãos fossem diferentes das de sua mãe.

As mãos de Victoria eram macias, pequenas e pálidas. As de Arthur, em contrapartida, eram grandes e transmitiam muita segurança.

Mas Victoria não gostava de Arthur, então Gael abaixou o olhar para evitar o homem.

Arthur sabia o que o menino estava pensando, mas não o forçou. Levou Nicole para o carro primeiro. A menina, agora lá dentro, acenou sem parar para a mãe e o irmão.

“Mamãe, Gael, venham e entrem!”

Victoria respirou fundo. Ela sentiu alguém puxar suas roupas, e seus olhos encontraram os de seu filho. Ela mostrou um sorriso leve e disse em voz baixa: “Pode ir.”

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