Ficar mais tempo vai causar problemas.
Alarmada, Victoria pegou Nicole e disse: “Não precisa pedir que Ethan me leve. Está tarde. Ele também devia ir para casa. Posso levar Nicole e Gael para casa sozinha.”
Como era de se esperar, a atenção de Bruno foi atraída para ela assim que ela se manifestou.
“Tem certeza de que não precisa?” Diante dela, Bruno ainda conseguia manter uma expressão gentil.
“Tenho certeza. Sei me virar sozinha.”
“Tudo bem, então, tome cuidado e me ligue se precisar de alguma coisa.”
“Claro”, assentiu Victoria. “Entendi.”
Antes de partirem, Bruno entregou uma pequena sacola a Nicole. “Isto é para Nicole e Gael.”
“Não—”
“Só pegue. Nicole já aceitou.”
Victoria não teve escolha a não ser deixar Nicole levar a sacola. Depois de se despedirem, ela se preparou para sair quando Arthur, que estava ao lado, de repente se aproximou dele e se abaixou para pegar Gael, levantando-o em seus braços.
Assustado, o menino instintivamente segurou o pescoço de Arthur, com seu minúsculo corpo tenso.
Era a primeira vez que Arthur o pegava no colo, e o menino sentiu algo… tão reconfortante. Parecia bem diferente de quando outros homens o seguravam.
Victoria também não reagiu muito, pois só queria sair dali o mais rápido possível.
Bruno, por outro lado, ficou sem expressão, congelado onde estava, observando os dois saírem com as crianças nos braços.
Momentos depois, Ethan foi até Bruno com indignação e disse: “Sr. Morison, este homem teve a audácia de aparecer na sua porta. Que ultraje.”
Bruno bufou, mas não respondeu. Em vez disso, voltou para a varanda, sentou-se e pegou as sobras de bebidas que os gêmeos deixaram.
Com isso, o assistente foi até ele e disse: “Senhor, um dos gêmeos bebeu neste copo. Eu pego um limpo.”
“Não tem problema.”
Bruno tomou alguns goles e Ethan, que observava a cena, achou os pensamentos do patrão muito complicados.
Era evidente que ele gostava dos gêmeos como se fossem seus próprios filhos. Mesmo que não fossem seus filhos biológicos, seu amor por Victoria era tão profundo que ele não se importava. Caso contrário, por que comeria as sobras das crianças?
Por mais que o assistente achasse os gêmeos adoráveis e desejasse ter filhos como eles, não comeria os restos que eles deixaram. Se fossem seus próprios filhos, ficaria feliz em fazê-lo.
Se o Sr. Morison ficasse com a Sra. Selwyn, trataria ela e seus filhos muito bem. Mas ultimamente...
Naquele dia, no hospital, encontrou Bruno encostado na parede à distância, com o cabelo despenteado caindo e cobrindo os olhos.
Ele não estava usando os óculos; segurava-os na mão e as lentes estavam quebradas.
A tristeza cercou-o, e Ethan podia sentir a energia aterrorizante que emanava dele sem sequer olhar para seu rosto.
Tendo testemunhado a antiga natureza aterrorizante do patrão, Ethan pensou que o homem havia mudado para melhor nesses cinco anos, e achou difícil aceitar vê-lo assim de novo de repente.
Assim, o assistente ficou lá por um tempo, preparando-se mentalmente, antes de enfim se aproximar de seu patrão, que levantou a cabeça quando ouviu seus passos. “Você ainda está aqui. Cuide do resto.”
Em sua contemplação, de repente notou o olhar de seu patrão nas escadas. Olhando na mesma direção, Ethan viu Victoria saindo com Nicole nos braços e Arthur carregando Gael logo atrás delas.
O homem era alto e a mulher delicada; suas figuras harmonizavam com o brilho das luzes da rua.
Então, mais uma vez, alguém como Sra. Selwyn, com sua estatura e graça, parecia combinar com qualquer homem excepcional. Ela e o Sr. Morison pareciam perfeitos um para o outro.
Ethan olhou disfarçadamente para Bruno e notou sua expressão usual, despreocupada. Contudo, quanto mais Bruno parecia não se afetar, mais temeroso o assistente ficava.
Se esta não é a calmaria antes da tempestade, então não sei o que é! E esta pressão…
“Vamos fazer alguma coisa, senhor?”
Bruno sorriu fracamente, mas não respondeu.
…
Enquanto isso, do lado de fora, os passos de Victoria pararam e ela se virou para Arthur. “Obrigada por sua ajuda hoje, Sr. Night. Pode pôr Gael no chão agora. Vou pegar um táxi.”
Seu discurso fez Arthur parar um instante, e ele dirigiu-lhe um sorriso sutil. “Silent Night é apenas o meu nome de usuário nas transmissões. Meu nome é Arthur Cadogan. Pode me chamar de Arthur.”
Victoria ficou perplexa, surpresa por ele se apresentar na frente das crianças. Que cinismo.
Antes que ela pudesse responder, Arthur continuou: “Meu carro está estacionado aqui. Posso te dar uma carona.”
“Não, obrigada. Não quero incomodar.”
“Eu não disse que me apaixonei por você à primeira vista, Sra. Selwyn? Uma carona não é incômodo algum.”
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Segredos do amor
Acabou no capitulo 603? Ou continua? Quando?...
Só eu que desejo que Victoria fique com Bruno????...
Gostaria de saber se tem previsão para o término do livro!!??...