Por fim, Victoria entrou no carro e eles deixaram a área do condomínio em pouco tempo. Antes de entrar na rua principal, Arthur pediu a Victoria o endereço da casa de Bruno.
Fazia mais de cinco anos, mas Arthur rangeu os dentes ao pronunciar aquele nome mais uma vez.
“Bruno?” Victoria ficou surpresa ao ouvir o nome, mas logo percebeu algo e deu o endereço após um momento de silêncio.
Segundos, na verdade.
Arthur ficou bastante surpreso que ela tivesse lhe dado o endereço tão rápido; pensou que discutiria com ele, mal esperava que ela fosse entender tão depressa.
Com o local de destino agora definido, com rapidez, ele virou o veículo até a rua principal. A viagem até Bruno foi mortalmente silenciosa.
Victoria mergulhou nos próprios pensamentos. Nunca lhe ocorreu que Bruno pegaria seus filhos.
Tinha tanta certeza de que Arthur queria assumir a custódia dos gêmeos e presumiu que ele os havia levado pelas suas costas porque ela não o deixaria ficar com eles. Mas agora, diante de tudo que ele disse até ali e após cuidadosa consideração do que a professora havia dito, ela mudou de ideia.
A professora já havia pensado que Bruno era pai dos gêmeos antes, então não era de surpreender que continuasse pensando assim. Ela, porém, influenciada por sua consciência subjetiva, pensou que a professora estava se referindo a Arthur. Tal gesto indicava indiretamente que os gêmeos eram filhos de Arthur, não é?
Victoria encostou a testa na palma da mão, sentindo-se desamparada com a própria estupidez. Ela era bastante calma na maior parte do tempo. No entanto, uma vez que algo envolvesse as crianças, ela ficava impulsiva e não conseguia pensar direito.
Se Arthur não a tivesse lembrado, ela nunca teria pensado que Bruno seria a pessoa que levou seus bebês embora.
O celular de Arthur tocou. Victoria deu uma olhada e notou que não era o mesmo de antes. A cor deste aparelho era diferente. Devia ser um reserva.
Ele o conectou ao Bluetooth do carro e atendeu a chamada. “Você encontrou?”
“Recuperamos as imagens das câmeras de vigilância o mais rápido que pudemos, Sr. Cadogan. Enviei para o seu celular.”
Arthur repuxou os lábios. “Muito bem. Quem os levou?”
Tenório hesitou por um momento, mas disse: “Acho que é melhor que veja por si mesmo, senhor.”
Ao fim da ligação, Arthur virou-se para Victoria. “Você vai pegar o celular ou prefere que eu pare o carro e te mostre?”
“Eu pego”, disse Victoria ao pegar o celular de Arthur.
“A senha é o seu aniversário.”
Suas palavras fizeram Victoria enrijecer. “Eu sei”, respondeu ela amargamente, mordendo o lábio.
O que mais seria se até a senha da sua porta é o meu aniversário?
Ela digitou a data sem dizer uma palavra, e a página foi redirecionada para revelar as últimas notícias de Tenório. Ela tocou na tela, era um vídeo que tinha sido recuperado e editado.
Poucos segundos após a reprodução do vídeo, uma figura alta surgiu, se aproximou e se agachou na frente dos gêmeos, que esperavam no portão da escola. O homem tinha uma aparência gentil e calorosa. Quem mais poderia ser senão Bruno?
Victoria ficou em silêncio depois de assistir ao vídeo. E pensar que Bruno tenha mesmo levado seus filhos. Mas por que ele não me contou? Se os tivesse levado para minha casa ou…
“Terminou?” A voz nítida de Arthur trouxe Victoria de volta à realidade, e ela bloqueou a tela do celular antes de devolvê-lo.
“Eu vou entrar e falar com ele. Não me siga.”
Embora ele e Bruno tivessem sido melhores amigos, tinham se desentendido há muito tempo. Ela temia que os dois pudessem entrar em conflito e até brigassem se as coisas saíssem do controle. Quão feia seria uma cena dessas?
Não a afetaria, mas estava preocupada com as crianças. Nicole e Gael ainda eram pequenos, e ela não queria que eles testemunhassem essas coisas desagradáveis.
“Até parece!” Arthur deixou escapar uma risada seca que, misturada ao vento noturno, era difícil distinguir. Ele deu alguns passos para frente, ficando a apenas um centímetro de distância de Victoria. “As crianças que ele levou? Elas não são apenas seus, também são minhas. Não me sinto à vontade em te deixar entrar sozinha.”
Victoria permaneceu em silêncio por um momento. Quando percebeu sua intenção, respondeu com raiva: “Eles são meus filhos! Você não tem nada a ver com eles!”
“Não cabe a você decidir se tenho alguma coisa a ver com eles.” Com isso, Arthur segurou sua mão. “Venha, vamos buscar nosso filho e nossa filha.”
Victoria caminhou para frente, todo o seu corpo sendo conduzido.
“Me solta, Arthur. Está maluco? Me larga!”
No entanto, a força de Arthur contra sua mão era como um grilhão resistente, não importa o quanto lutasse. “Para com isso! Quer que as crianças vejam a gente brigar?”
Victoria parou.
“Você está preocupada que eu me desentenda com Bruno na frente deles, né? Prometo que não vai acontecer, está bem?”
Victoria ficou atordoada, surpresa por ele ter lido sua mente. Depois de um momento de perplexidade, ela perguntou: “Como você sabia?”
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Segredos do amor
Acabou no capitulo 603? Ou continua? Quando?...
Só eu que desejo que Victoria fique com Bruno????...
Gostaria de saber se tem previsão para o término do livro!!??...