Segredos do amor romance Capítulo 164

Difícil voltar, não é? Victoria sorriu quase imperceptivelmente, e a fraca iluminação suavizou os contornos de seu rosto. Mechas do seu cabelo escuro caíram sobre seus lindos olhos, ocultando a expressão de seu olhar.

Apenas sua voz lenta e gentil permaneceu. “Faz muito tempo que não tenho como voltar, também nunca considerei essa possibilidade.”

De repente, o clima pareceu ficar pesado e melancólico.

Bruno a observou em silêncio por um tempo, então finalmente soltou um suspiro e bagunçou seu cabelo. “Tudo bem, não vamos mais ficar pensando em coisas tristes. Afinal, elas já estão no passado.”

Victoria suspirou também. “Sim, está tudo no passado agora. Não há nada que valha a pena refletir.”

Afinal, pensar sobre isso também não mudaria nada.

Quando Suelen voltou e descobriu que sua melhor amiga iria embora com Bruno naquela mesma noite, ficou extremamente chocada e seus olhos gradualmente ficaram marejados. Ainda assim, lutou contra suas lágrimas e forçou um sorriso. “O voo é hoje à noite? Que rápido. Já fez a mala?”

“Sim, estou com tudo.”

“Tem certeza de que não esqueceu nada? Deixe-me verificar.” Com isso, a jovem foi direto para o quarto.

Victoria a seguiu, observando-a vasculhar as coisas apenas para não encontrar nada.

“Não esqueci nada, lembra que eu só trouxe uma bolsa pequena da Residência Cadogan? Eu nem peguei nenhuma roupa.”

Em outras palavras, não estaria ali mesmo que ela tivesse esquecido alguma coisa, e Suelen não precisava se preocupar em procurar.

“Como sou esquecida! Vou preparar um pouco de comida para você comer na viagem. Tenho certeza que será longa. Já que está grávida, com certeza vai ficar com fome facilmente. Vou preparar alguns dos seus doces favoritos para comer no avião.”

“Não há necessidade de passar por todo esse incômodo”, Victoria puxou a amiga de volta. “Nosso voo inclui refeições no avião. Posso comer o que estiver disponível lá.”

No entanto, ela argumentou, insistindo: “A comida no avião nem se compara à minha. De qualquer forma, farei algumas coisas que ficam gostosas até frias. Quem sabe quando terá a chance de comê-las de novo?”

Victoria achou que ela tinha razão. “Tudo bem, vou te ajudar.”

Deste modo, Suelen, que era expert em confeitaria, fez muitos doces. Além disso, a amiga desenvolveu uma queda por doces após engravidar. Por isso, não pôde deixar de suspirar ao vê-los sendo embalados. “São todos os meus favoritos. Obrigada. De verdade.”

“Claro!”, disse em tom de brincadeira. “Eu não teria feito tudo isso por você se não estivesse indo para o exterior.”

À menção da viagem, as duas ficaram em silêncio novamente e, momentos depois, Suelen quis chorar e perguntou: “Você não vai mais voltar, não é?”

“Você sempre pode me visitar.” Victoria sorriu. “Ou pode ir para o exterior para desenvolver sua carreira depois que eu me estabelecer. Os estrangeiros também são muito gostosos, assim você poderá encontrar um gringo e ter filhos lindos.”

“Sério?” A amiga ansiava por isso. “Nesse caso, deve me apresentar alguém. Não guarde os bons só para você. Tenho preferência!”

“Eles são todos seus, que tal?”

“Muito bem.”

As duas continuaram conversando até Bruno chegar à noite.

“O carro está lá embaixo. Está com as malas prontas?”

“Estou.” Victoria assentiu.

“Onde está sua mala? Vou te ajudar.”

“Não, está tudo bem. Não tenho quase nada. Posso cuidar disso sozinha.”

Um sorriso gentil se formou nos lábios de Bruno enquanto observava as duas jovens conversando.

Logo, seu assistente, que estava de olho na hora, caminhou até ele e lembrou-lhe num sussurro: “Sr. Morison, está quase na hora.”

O sorriso do homem diminuiu e ele lançou ao assistente um olhar cortante.

O funcionário imediatamente sentiu um arrepio e deu dois passos para trás, com medo de falar algo mais.

Ninguém se atrevia a provocar Bruno, pois ele era intenso. No entanto, o assistente não pôde deixar de franzir os lábios enquanto olhava para Victoria, seu olhar demonstra mais curiosidade a cada segundo.

Nenhuma pessoa imaginava que um louco como ele voltaria ao país por uma mulher e nem que estaria tratando-a com tanta ternura.

As duas amigas se abraçaram por um longo tempo, mas foi Suelen quem quebrou o contato e disse fungando: “Tudo bem, não podemos mais enrolar. O avião está prestes a decolar. Você precisa ir logo.”

Com isso, a jovem ainda deu um empurrão em Victoria.

Pega de surpresa, ela cambaleou alguns passos para trás e sentiu um aperto firme em sua cintura, que era Bruno parado ao seu lado, segurando-a para evitar que ela caísse.

“Tudo bem, vou ir agora. Não irei te ver entrar, ou vou começar a chorar de novo.” Suelen se virou imediatamente e fingiu ser forte enquanto acenava com a mão e saía sem olhar para trás.

Victoria ficou parada, relutante em tirar os olhos de sua melhor amiga que se afastava. Logo, a voz gentil de Bruno ressoou: “Vamos, Vixie. Hora de ir.”

A mulher voltou à realidade e assentiu gentilmente. “Tudo bem.”

À medida que o avião subia à altitude mais elevada, Victoria sentou-se junto à janela, contemplando a cidade que se distanciava abaixo. A noite em Gandra era incrivelmente deslumbrante e as luzes pareciam estrelas na terra. A saudade em seus olhos desapareceu gradualmente.

Adeus, Gandra. Adeus, meu passado. Adeus, Arthur.

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