"Além disso," Evandro levantou a cabeça para olhá-lo, disse em voz baixa: "Ela não é minha irmã."
Lurdes, após confortar Adalgisa, entrou na cozinha para perguntar se o jantar já estava pronto. Ao chegar, percebeu que apenas Tarcísio estava lá, Evandro havia saído.
Lurdes se aproximou e perguntou: "Cadê o Evandro?"
"Ele disse que ia dar uma volta, deixou o final comigo, O jantar já está quase pronto." Respondeu Tarcísio enquanto servia uma deliciosa paella recém-preparada.
Lurdes, sentindo o aroma delicioso, elogiou a fragrância antes de sair para procurar Evandro.
Evandro estava sentado sozinho na escadaria. Como a luz do corredor só acenderia automaticamente às sete horas, o espaço ainda estava meio escuro. Ele permanecia ali, quieto, como se quisesse se mesclar com a penumbra.
"O que está fazendo?"
A voz alegre de Lurdes rompeu o silêncio sombrio.
Nesse momento, as luzes do corredor se acenderam, e Evandro levantou a cabeça para ver Lurdes apoiada no corrimão da escada, sorrindo para ele. Seus olhos brilhavam como estrelas, seu sorriso era deslumbrante.
"Machucou a mão?"
Ao ver um corte na mão dele, Lurdes tirou um band-aid do bolso, sentou-se ao seu lado e cuidadosamente aplicou no ferimento.
Depois de aplicar o band-aid, Lurdes o aconselhou: "Se machucar, você tem que falar, não pode ficar guardando pra si—" Ela foi interrompida quando Evandro a abraçou.
Lurdes ficou surpresa, mas Evandro logo a soltou, como se fosse um abraço de incentivo, mal a tocando.
Ninguém sabia como Evandro conseguiu se controlar para não ultrapassar os limites com aquele abraço.
"Você…"
"Vamos voltar," disse Evandro, levantando-se, sem dar chance para mais perguntas.
Lurdes piscou, confusa com a súbita mudança de comportamento dele. Talvez ele tivesse se assustado e buscado consolo em seu abraço?
Evandro colocou o livro de lado e a olhou.
Lurdes perguntou: "Se eu não conseguisse encontrar Adalgisa, você pensou em pedir ajuda ao seu pai?"
Evandro baixou os olhos, demorando um pouco para responder: "Sim, apesar de não querer admitir, com a autoridade dele, a polícia não ousaria ignorar."
"Mas ele também não ajudaria sem condições, então, uma vez que você fosse pedir ajuda a ele, teria que fazer muitas concessões." Essa lógica simples era algo que Lurdes entendia, e Evandro evidentemente também.
Evandro permaneceu em silêncio, claramente, ele já havia considerado isso. No carro, essa ideia já o havia ocorrido.
Lurdes tomou um gole de cerveja, seu olhar gradualmente se tornando distante e vago, enquanto ela se lembrava do dia em que encontrou Norberto e falou com ele.
Estritamente falando, Lurdes havia negociado um "acordo" com ele.
E esse acordo estava relacionado ao futuro de Evandro...
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