Luíz sabia quem era a "ela" a que ele se referia, só não esperava que um dia ele lhe faria essa pergunta: "O senhor não a conhece muito bem?"
"Foi que eu achava auto-justiça antes, se eu a conhecesse mesmo, não ficaria sem saber por que ela está tão triste." Evandro se lembrou do estado em que Lurdes se encontrava antes e não pôde deixar de dar mais uma tragada em seu cigarro.
Luíz pensou por um momento antes de dizer: "Embora ela pareça feliz todos os dias, na verdade ela esconde um grande peso em seu coração. Ela está sob pressão, eu posso sentir isso. Muitas vezes ela parece preocupada, é claro que está escondendo algo de nós".
"O que você acha que ela está escondendo de nós?"
Luíz balançou a cabeça: "Isso eu já não consigo adivinhar. Senhor, se quiser saber, por que não pergunta diretamente a ela? Talvez possa até ajudá-la a aliviar um pouco da pressão."
Na verdade, mesmo sem Luíz dizer, Evandro também teria perguntado. A essa altura, ele realmente precisava encontrar Lurdes para esclarecer as coisas, o que exatamente a fez viajar no tempo para encontrá-lo?
Lurdes acordou cedo no dia seguinte.
Ela dormiu muito bem na noite anterior, acordando e esfregando os olhos, confortavelmente se espreguiçando.
"Dormiu bem?"
"Muito bem!"
Lurdes respondeu instintivamente, mas assim que percebeu, imediatamente abriu os olhos!
Virando a cabeça, viu Evandro sentado em um sofá perto da janela do chão ao teto, com um olhar gentil e um leve sorriso nos lábios.
Ele apoiava o queixo em uma das mãos e segurava um livro na outra, com as pernas cruzadas, cada gesto refletindo uma elegância e nobreza inatas.
O sol lá fora brilhava sobre ele, como se o banhasse de luz, criando uma atmosfera que o fazia parecer um anjo.
Ou seja, a linha do tempo estava correta; a primeira vez que Lurdes viajou no tempo para encontrar Evandro, para ele, deveria ter sido há alguns anos.
"Quando foi a última vez que o vi?" perguntou Lurdes apressadamente.
Evandro respondeu: "Há quatro anos, você saiu às pressas, e agora, neste momento, nos reencontramos."
"De fato, a linha do tempo está correta." Lurdes, tocando o queixo, de repente percebeu que, seguindo esse caminho, sua viagem no tempo provavelmente já era um evento que havia acontecido.
Em outras palavras, a história estava seguindo seu curso.
Será que isso significava que o desaparecimento de Evandro no mar já era um fato consumado?
Pensando nisso, Lurdes não pôde deixar de mostrar uma expressão de terror, cobrindo o rosto com as mãos, os olhos arregalados, duvidando subitamente da vida.
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