"Lurdinha..."
"Eu estou te esperando..."
E quando Lurdes abriu os olhos ainda sonolenta, via Evandro sentado ao lado de sua cama, com um olhar terno fixo nela. A cada vez que isso acontecia, Lurdes despertava sobressaltada!
Então percebia que era apenas um sonho.
Lurdes não conseguia mais dormir e descia até a sala para assistir aos filmes do Evandro. Mas ela não estava assistindo ao filme como de costume, apenas pausava quando a câmera focava no rosto dele.
Nos últimos dias, Lurdes percebeu que precisava encontrar uma maneira de vê-lo, ou enlouqueceria!
Aquele homem a deixara completamente distraída nos últimos dias, e ela queria muito perguntar-lhe o que estava acontecendo.
Mas quanto mais ansiosa estava para vê-lo, menos o encontrava...
Naquela noite, após o trabalho, Lurdes comprou um caldo de cana na rua próxima e sentou-se na calçada para saboreá-lo. Ao lado, uma menininha fofa lambia um picolé.
Lurdes não resistiu e acariciou a cabeça da menina, que lhe sorriu mostrando os dentes, o olhar de Lurdes involuntariamente se suavizou.
Sem ter o que fazer, Lurdes tirou a velha fotografia que sempre carregava consigo.
Ao olhar para si mesma na foto, sempre sentia uma sensação de estranheza, como se a pessoa na imagem não fosse ela. Talvez fosse a sensação do tempo, afinal, era uma fotografia de décadas atrás.
Apoiando o queixo na mão, Lurdes murmurou para si mesma: "Afinal, quem será que eu estava preocupada na foto? Por que esses olhos tão ansiosos?"
Creeeak!
Foi então que um som estranho veio de cima. Lurdes olhou para cima e viu as luzes do outdoor piscarem antes de, com um grande estrondo, a enorme placa cair em sua direção!
"Perigo!"
"Quem é você?"
Lurdes virou-se e viu um menino sentado em frente a um piano do outro lado da janela, com as mãos sobre as teclas. Seus olhos claros e brilhantes estavam fixos nela, sem medo ou pânico, uma calma que não combinava com a de uma criança diante de um estranho.
O menino vestia um terno com suspensórios, como um pequeno cavalheiro, e usava sapatos de couro.
Apesar de seu traje ser refinado e elegante, seu estilo estava desatualizado, já que as crianças de hoje geralmente buscam a moda e as tendências atuais.
Lurdes notou que ele tinha um rosto delicado, pele branca como neve, e não exagerado dizer que "esculpido em marfim".
No entanto, quanto mais Lurdes o observava, mais familiar lhe parecia o menino. Ela sentia que já o tinha visto em algum lugar. Aqueles traços suaves e elegantes eram incrivelmente parecidos com os de Evandro quando criança, que ocupara sua mente nos últimos dias.
Ao pensar nisso, Lurdes congelou.
Espere! Será que este menino poderia realmente ser o Evandro?
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