"Querida, beba um pouco, assim você não vai se sentir mal amanhã."
Depois de ter passado uma noite aqui, Joana aproveitou um momento livre para comprar todos os utensílios domésticos necessários.
"Você vai embora agora?" - A voz da garota, adoçada pelo álcool, fazia Ernesto desejar dar-lhe o mundo.
"Daqui a pouco eu vou." - Ele até queria morar aqui, mas temia assustá-la por acidente, pois perdia toda a sua autodisciplina na frente dela.
Joana colocou o copo de lado, falando em voz baixa: "Então eu vou subir para tomar um banho."
Embora tivesse tomado um banho depois do treino durante o dia, sua visita ao Bar da Noite Azul deixou nela um misto de fragrâncias.
"Pode ir, você consegue ficar sozinha?" - Ernesto, observando o olhar turvo de Joana, não pôde evitar sua preocupação.
Com o rosto corado, Joana assentiu e subiu as escadas.
Ernesto, circulando pela aconchegante casa, percebeu que cada canto estava impregnado com a presença e a essência de Joana.
A casa, assim como sua dona, emanava uma calorosa sensação de proximidade.
No canto, diante de um armário de vidro, Ernesto sentiu como se descobrisse um segredo.
Através das portas de vidro marrom, podia-se vislumbrar o reflexo dos objetos guardados lá dentro.
Ele abriu a porta do armário impulsivamente, e naquele momento, seus olhos se encheram de lágrimas, incrédulos.
Cada foto era dele, imagens de sua juventude em casa, ao ar livre, na escola.
Esse abraço era real, e ela o desejava mais do que tudo, queria permanecer assim por mais um momento.
"Joana, obrigado por sempre esperar e me amar." - A voz de Ernesto tremia, incerto se estava feliz ou assustado.
Ele estava aliviado por ter voltado, por ter expressado seus sentimentos, temendo que sua própria estupidez pudesse afastá-la ainda mais. Se isso acontecesse, ele não se perdoaria.
"Me desculpe, querida, por fazer você esperar tantos anos. De agora em diante, serei eu a esperar por você. Eu, Ernesto, juro por toda a minha vida, ser leal à minha pátria, à minha família e nunca falhar com Joana."
Com os cabelos presos num coque, Joana parecia ainda mais delicada e pequena. Naquele momento, todas as mágoas que guardava em seu coração há anos se desfizeram.
Lágrimas quentes caíam como pérolas soltas, molhando as mãos de Ernesto.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Renascendo para Amar Ele Novamente