Reconquistando a Ex-Esposa: Paixão e Poder romance Capítulo 76

O silêncio tomou conta do cômodo.

Rafael Souza interrompeu o movimento de sua mão na têmpora e levantou o olhar para ela.

Patrícia Ribeiro, depois de falar, percebeu que, como homem e mulher sozinhos na mesma sala, o clima poderia dar margem a pensamentos maliciosos e riu levemente, dizendo: "Só tava jogando conversa fora."

Rafael Souza, olhando para ela, estava curioso para saber se ela era assim tão direta com outros homens lá fora, e se o cara de casa sabia dessas coisas.

Baixou o olhar e com um tom ainda mais ríspido, disse:

"Vaza."

Patrícia Ribeiro apenas pensou que ele não gostava de proximidade com o sexo oposto, afinal, tinha que manter a castidade para a família Andrade.

"Não foi por mal, Presidente Souza, pode descansar tranquilo."

Ela realmente não tinha segundas intenções, só queria ajudar seu cliente embriagado e tentar ganhar uns pontos de simpatia.

Rafael Souza até agora não tinha respondido, nem tinha dado nenhum palpite sobre os esboços ou propostas.

Embora ela confiasse muito no seu próprio trabalho, a falta de feedback dele começava a deixá-la insegura.

Patrícia Ribeiro voltou para o quarto, trocou de roupa e começou a esfregar a camisa manchada de tinta em uma bacia. Depois de lavá-la umas duas vezes e se certificar de que não havia mais manchas, pendurou-a para secar na janela.

Terminado isso, ela foi lavar os pincéis e a paleta de tintas, preparando as cores novamente.

Depois, voltou para a frente da parede branca e continuou a pintar o que faltava.

Inspiração é algo que, quando chega, tem que ser aproveitado na hora, senão ela não podia garantir que, depois de uma noite de sono, não perderia aquele sentimento.

Patrícia Ribeiro pintava com dedicação, a luz da noite à sua direita atraía algumas mariposas e, fora isso, tudo estava tranquilo.

Às três da manhã, esfregou os olhos, cansada, e decidiu lavar o rosto para despertar.

Passando pelo arco redondo perto da pia, viu de longe uma figura esguia e ereta no corredor chinês do jardim, apoiada na coluna, provavelmente não conseguindo dormir, com um cigarro entre os dedos.

O homem exalava uma preguiça e desleixo, mas ainda assim tinha uma aura intimidadora.

Ela não se lembrava de tê-lo visto fumando antes, mas achou a cena, com os pavilhões ao redor, a lua no alto e a luz prateada sob o corredor, simplesmente perfeita, e não queria interromper.

Rafael Souza sacudiu a cinza do cigarro com indiferença, olhando para as pedras e a água do jardim.

Ele nunca tinha visto ela pintar, só conhecia seus designs, e não imaginava que ela tinha esse talento.

Ele arqueou as sobrancelhas: "Pinta tão bem, por que não continuou depois da faculdade?"

Patrícia Ribeiro abaixou levemente a cabeça, interrompendo o movimento de misturar as tintas: "O presidente Souza não ouviu com seus próprios ouvidos da última vez?"

"Por causa daquilo?"

Por causa daquilo?

A frase veio suave, como uma agulha macia perfurando o coração dela. Não doía, mas era impossível ignorar.

O cara era visto como um privilegiado desde que nasceu, intocável. Claro que ele não teria como saber o terror de ser difamado, insultado e receber olhares de desprezo das pessoas ao redor.

"É, por causa daquilo."

Ela se virou de costas, retomando o que estava fazendo, com um pouco de raiva.

Rafael Souza permanecia atrás dela, com o olhar inevitavelmente focado na cintura dela.

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