Reconquistando a Ex-Esposa: Paixão e Poder romance Capítulo 109

Patrícia Ribeiro passou a noite inteira ali aguardando, sem imaginar que se depararia com tal indagação ao recuperar os sentidos.

Ela apertou os lábios, sentindo uma dor aguda no peito, que lhe trazia uma sensação de amargura. Estava prestes a replicar quando escutou Lucas Ribeiro tossir algumas vezes.

Era uma tosse forte, e Patrícia, aproveitando o momento, pegou um lenço de papel ao lado e o entregou a ele, observando as manchas de sangue que estavam no lenço.

Lucas também viu o sangue e franziu a testa, surpreso.

Mas não deu muita importância, pensando que fosse apenas resultado de um acesso de raiva.

"Patrícia, sei que você não vai com a cara do Rafael Souza. Quando você estava na UCapital, não tinha um namorado? Alguém apareceu por lá, não foi?"

Patrícia não respondeu, com a cabeça cheia das manchas de sangue do lenço.

Ela havia escondido a verdade até do próprio Lucas, que sempre acreditou que logo voltaria para a empresa.

Lucas não recebeu resposta e começou a se arrepender.

"A ganância foi minha ruína. Construí a empresa tijolo por tijolo e agora não consigo soltá-la. Foi por isso que te empurrei para casar com o Rafael. Além disso, o Avô Souza gostava muito de você. Casando com ele, você não teria prejuízo. Você sabe quantas mulheres nesta Cidade Capital dariam tudo para ter um laço com o Rafael. Se ele fosse meu genro, eu poderia morrer em paz."

"Pai!"

Patrícia tentou interrompê-lo, incapaz de suportar a menção à morte.

"Mesmo que eu não aguente e a empresa afunde, pelo menos você terá um suporte. Vou te passar dez por cento das ações logo logo, assim você e sua Tia Estela podem parar de brigar por besteiras."

Era o típico jeitinho de Lucas, um tapa seguido de um carinho.

Patrícia não conseguia se entregar ao ódio, sabendo que o tempo dele estava acabando.

"Patrícia, tente se dar bem com o Rafael. E aquele seu ex-namorado da faculdade, se ele nem te conta quem é, como pode ser amor verdadeiro?"

Ela se sentiu esgotada, concordando com algumas palavras antes de se sentar, imóvel.

Enquanto isso, Cesar, sempre respeitoso, permanecia de pé do outro lado do leito até que o som da chuva lá fora o fez perguntar:

"Srta. Ribeiro, você trouxe guarda-chuva?"

Patrícia negou com a cabeça e entregou um copo d'água para Lucas, seus olhos refletindo cansaço.

Ela espirrou e observou, impotente, enquanto seu carro era rebocado pelo guarda de trânsito e o tráfego finalmente começava a fluir. Pensou em pegar um táxi, mas ao passar a mão pelo corpo, percebeu que tinha deixado a bolsa e o celular no carro.

Num misto de riso e lágrimas, sentindo-se um tanto derrotada, especialmente por causa daquele cara que o Lucas Ribeiro tinha mencionado mais cedo, ela sentiu um calor nos olhos e decidiu seguir o caminho de volta para a casa dos Ribeiro a pé.

Enquanto isso, não muito longe, Rafael Souza dirigia lentamente com o trânsito começando a se aliviar, segurando uma caneta e observando a mulher parada na beira da estrada.

Gotas de chuva se acumulavam no vidro do carro, parecendo uma camada de diamantes quebrados, capturando as luzes de neon da rua e iluminando suavemente seu rosto.

Ele franziu a testa levemente.

Quando Patrícia estava prestes a cruzar no sinal verde, um carro parou diante dela.

A janela desceu, e ela viu o rosto sério de um homem.

"Presidente Souza."

Ela o cumprimentou educadamente, mas, toda molhada, não conseguiu evitar dar um espirro.