No outro lado do telefone, o som de uma freada brusca se fez ouvir.
"Boom——"-
Um barulho ensurdecedor seguiu imediatamente, como se o céu e a terra estivessem se partindo.
A onda sonora atravessou a corrente elétrica, e o coração de Victoria estremeceu, como se ela também tivesse sofrido um impacto violento. A sua mente parou de pensar, mergulhando em desordem e pânico.
"Ramires, você não pode morrer."
Ela recuperou sua voz trêmula. No entanto, a comunicação foi cortada.
Na escuridão, com um silêncio sepulcral, Victoria podia sentir claramente o batimento acelerado de seu coração.
Até ela viu a notícia.
【Últimas Notícias: Desabamento parcial num trecho da Rodovia JK, sem vítimas】
O nervosismo de Victoria se desfez naquele momento. Ela se sentiu como uma mola que perdeu toda a sua força, e um grande cansaço a envolveu.
Ela lutou contra o sono, segurando o celular de André. Sem fazer uma ligação para se vangloriar, mas esperava que Ramires retornasse a ligação.
Surpreendentemente, o seu próprio telefone tocou.
Do outro lado, uma voz grave ressoou.
"Sou eu, Ramires."
Assim como ele, frio como o vento gélido de um inverno no Sul. E até a respiração parecia carregar lâminas, cortando a carne.
Victoria despertou imediatamente.
Ela realmente deveria fazer aquele tipo de pedido a ele?
Enquanto ponderava, ela disse timidamente: "Irmão."
Ramires não perguntou como Victoria sabia dos acontecimentos antecipadamente. Ele apenas disse: "Você me salvou. O que você deseja, pode pedir."
"Qualquer coisa mesmo?"
"Sim."
A voz de Ramires soou novamente, sem um pingo de calor.
E Victoria... Após uma breve pausa, ela olhou para o marido dormindo na cama. Apertou o celular, suas pontas dos dedos pálidas mostrando um vermelho vibrante como suco de romã devido à força aplicada.
"Eu quero um filho. Você me dá, irmão?"
*
No dia seguinte, ao acordar.
Ou seja, pediria a Ramires que dissesse a Velho Sr. Veloso a verdade sobre ela não estar grávida.
Psicologicamente, isso é o efeito da concessão.
Victoria sabia que Ramires não recusaria seu segundo pedido, sentindo como se um peso tivesse sido tirado de seus ombros. Ela rapidamente se arrumou e foi para a empresa.
Às nove e meia, Victoria chegou pontualmente.
Seu local de trabalho era uma empresa de revistas de moda, que localizava num prédio de tijolos vermelhos valiosíssimo na Cidade J.
Ao entrar, viu Natália Lima segurando um café, vindo em sua direção com um sorriso, "Victoria, o editor-chefe vai ter uma reunião. Todos já chegaram, e só estamos esperando por você."
Luna Moreira concordou, "É sim. Victoria, não é por nada não. Mas só porque você sabe que não tem chance de ser a subeditora, precisa relaxar tanto assim? A ponto de chegar tão atrasada?"
Victoria olhou para o relógio de pulso, e sorriu.
"Atrasada? Acho que não."
"São exatamente nove e meia BST, o horário de início obrigatório."
"Ox, Esqueci que o Líder Moreira passou do horário de Tóquio."
Instantaneamente, os olhos de Luna se arregalaram de raiva.
No mês passado, o artigo de Luna havia saído dos trilhos com a frase "substituir a cultura brasileira pela cultura japonesa", o que causou muita controvérsia na Internet. No final, foi emitido um pedido de desculpas para deter a opinião pública. O bônus de seis meses de Luna também foi cancelado.
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