No meio do barulho do ventilador, ela não ouviu o toque do telefone.
[Ramires]: Daqui a pouco eu passo aí.
O cabelo molhado de Victoria estava solto sobre seus ombros, e ela estava focada no mingau à sua frente até ouvir um som vindo da entrada.
Victoria olhou surpresa e viu Ramires.
E Ramires também viu Victoria.
Na cozinha a luz era fraca, Victoria estava em frente ao abajur, contra a luz, a seda solta em sua cintura brilhava e sua figura esguia podia ser vista.
Ela olhava para ele surpreendida, os seus delicados ossos da clavícula lembravam uma lua crescente, envoltos pela umidade na ponta de seus cabelos.
O olhar avaliador do homem carregava agressividade e perigo.
Victoria sentiu isso, seu corpo estremeceu e ela se virou, agarrando um avental e jogando sobre si.
Seu coração estava acelerado, suas mãos tremiam.
Não conseguia amarrar a fita do avental nas costas.
Atrás dele, passos vindos de longe se aproximaram, e a fragrância fria envolveu o corpo do homem com calor.
Em seguida, um par de mãos grandes pegou as pontas da fita das suas mãos, amarrando-as na sua cintura.
Sua já fina cintura ficou ainda mais delgada.
Victoria nunca tinha estado tão perto de um homem, o seu instinto foi esquivar-se.
Mas as mãos dele pressionaram os lados de sua cintura, uma voz grave ecoou no seu ouvido: "Isso foi preparado para mim?"
Victoria paralisou.
Ao se virar, encontrou-se com os olhos escuros e profundos do homem.
O rosto foi cuidadosamente esculpido e as sobrancelhas frias ligeiramente levantadas, lindas e extravagantes.
"Eu não sabia que você viria." Ela explicou em voz baixa: "Não foi intencional vestir isso..."
Ramires levantou uma sobrancelha.
Sua mão direita rodeou seu ombro, guiando a mão dela que segurava a colher, mexendo suavemente o mingau na panela.
Victoria tentou retirar a sua mão.
Ramires cerrou os dedos como se estivesse em antecipação e ergueu os lábios: "Eu estava a falar do mingau, do que você está a falar?"
Sua fala fazia seu peito vibrar.
Mesmo com um fino ar entre eles, Victoria podia sentir, um calafrio leve atravessava suas costas, como um jasmim ao vento.
Não se sabia quantas mulheres tinham estado ao lado de Ramires antes, como um sedutor habilidoso, cada gesto seu era provocante ao extremo.
Victoria sentiu-se um pouco envergonhada e perguntou: "Precisa que eu faça algo à noite?"
Ramires olhou para ela, um brilho nos olhos: "Você está doente, não seria tão cruel."
Victoria ficou surpresa.
Ela queria saber se deveria ajudar a lavar os pratos...
Então ouviu Ramires dizer: "Mas se você continuar aqui, não posso garantir nada."
Victoria percebeu algo, corou e subiu as escadas rapidamente.
Ao chegar no quarto, jogou-se na cama.
Com o rosto vermelho enterrado nos cobertores, seu coração batia forte.
Depois de um tempo, ela ouviu Ramires a entrar no quarto ao lado.
Através das grossas paredes, podia-se ouvir vagamente o som do chuveiro, que durou bastante tempo.
Ela mordeu o lábio, cobrindo a cabeça com o cobertor.
No silêncio, recebeu uma nova mensagem.
[Ramires]: Você pode ajudar-me?
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