Não era uma ilusão minha, nem um mal-entendido.
Mas sim, até meu marido já me tratava como a pessoa que não deveria ser vista nesta relação.
Por um lado, ele incessantemente questionava minha relação com Everaldo.
Por outro, mandava-me esconder atrás da porta, para não sair.
Era absurdamente ridículo.
"Não é o que você está pensando."
Carlito estendeu a mão para tocar meu ombro, instintivamente recuei, olhando para ele com hesitação, tentando não chorar, mas as lágrimas caíram mesmo assim: "Não me toque".
Minha mente estava ficando cada vez mais confusa, e a única coisa em que eu conseguia pensar era isso.
"Rosalina, não pense bobagem, eu só não queria..."
"Bang, bang, bang-"
Uma batida na porta, como esperado, interrompeu seu discurso. Adelina provavelmente havia feito barulho em todas as cabines, insistindo em encontrar Carlito até me encontrar. Caso contrário, ela não teria levado tanto tempo.
"Vá para casa e eu lhe explicarei."
Antes de Carlito sair, ele disse essas palavras em uma voz profunda. Quando voltei a mim, já havia confusão do lado de fora, a porta estava bem trancada, eu não podia sair, nem eles podiam entrar. Não era só eu que queria sair, as pessoas do lado de fora queriam entrar ainda mais.
"Por que você está me impedindo, eu não vou fazer nada! Carlito, você gosta dela? Como você pode fazer isso comigo..."
"Adelina!"
Carlito gritou por entre os dentes, interrompendo-a com dureza: "Vou perguntar mais uma vez, você vai embora ou não?"
"Vou, por que você está sendo tão agressivo?"
Adelina murmurou maliciosamente. Logo, o barulho lá fora cessou. Eu me apoiei na porta para me acalmar antes de abri-la lentamente e sair.
Inesperadamente, mesmo com a personagem principal tendo ido embora, ainda havia espectadores que não tinham se dispersado.
Parecia que todos queriam saber como era a "outra".
Eu realmente queria me convencer de que, desde que minha consciência estivesse limpa, tudo estaria bem, mas os olhares de desprezo e desdém das outras pessoas pareciam facas.
Cortando meu coração repetidamente.
Sangrando e arrancando a carne.
Dolorido ao ponto de quase não conseguir ficar de pé.
Mas quanto mais isso acontecia, mais eu me endireitava, caminhando com confiança a cada passo.
Parecia que Alexsandro estava provocando Leiria novamente, causando um alvoroço entre os outros.
Mas, felizmente, ninguém ali estava realmente preocupado com o dinheiro, eles achavam divertido ver Alexsandro tentando conquistar a garota.
Balancei a cabeça: “Divirta-se, estou indo para casa agora, diga a Leiria por mim”.
Eu não estava no clima no momento, entrar ali só estragaria o humor deles.
“Eu também já estava indo embora.”
Ele olhou para o relógio e disse com naturalidade: “Eu levo você”.
“Está bem.”
Eu me sentia cansado, só queria chegar em casa o mais rápido possível e me esconder.
Quando entrei no carro de Everaldo, peguei meu celular e mandei uma mensagem para Leiria.
Leiria, posso ficar na sua casa por um tempo?
Até o Carlito se mudar, não quero voltar para Oásis Verde.
Não me esqueci do que ele disse antes de ir embora: “Vá para casa e me espere”.
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Os comentários dos leitores sobre o romance: Quem posso amar com o coração partido?