Leiria segurou-se o máximo que pôde antes de arrancar o celular da minha mão com um golpe, sua doença de forma alguma diminuiu sua força de combate.
“Adelina, sem espelho, você ainda não percebeu? A palavra 'amante' está estampada na sua cara, não vê?”
“E ainda tem o Carlito, que diabos você pensa que é...”
Senti um calafrio percorrer meu corpo e, sem esperar pela reação do outro lado, avancei e desliguei o telefone!
Leiria ainda não tinha terminado de praguejar, furiosa: "Por que você desligou? Eu ia acabar com aqueles dois!"
"Acalme-se."
Eu estava me sentindo extremamente frustrada, mas naquele momento consegui me acalmar e servi um copo de água quente para Leiria: "Na verdade, se o Carlito realmente a escuta, talvez seja melhor assim, após o divórcio, todos ficaremos mais tranquilos."
Pelo que estava acontecendo entre mim e Carlito agora, deixar um ao outro em paz era a melhor decisão.
"Você está satisfeita com isso?"
Leiria deu um grande gole de água quente, ficando ainda mais irritada: "Eu apoio seu divórcio, mas não apoio você se divorciar de forma tão submissa. A amante ousa pisar na cabeça da esposa legítima, que absurdo!"
"O que tem de satisfação ou não?"
Encostada na beira do sofá, coloquei a mão sobre minha barriga, como se pudesse encontrar forças ali, e disse em tom sereno: "Contanto que meu filho esteja bem, eu sinto que tudo vale a pena, ainda há esperança para os dias futuros."
Melhor se divorciar logo, sair da Família Ribas.
São Paulo é tão grande, a menos que seja proposital, eu e Carlito dificilmente nos encontraremos novamente.
Eu poderia cuidar do meu filho com todo o amor e companhia.
Em breve, ele começaria a balbuciar e me chamar carinhosamente de mãe.
Só de pensar em uma vida assim, meu coração se enche de ternura.
Agora, ser submissa não significa nada.
Contanto que eles não façam mal ao meu filho, tudo bem.
Leiria se acalmou: "É verdade, só quem não tem nada a perder não teme quem tem. Agora que você está grávida, deve pensar primeiro no bebê."
"Carlito realmente vai ouvi-la?"
"Você acha" respondeu.
Fiquei curiosa de repente. "Se um dia você descobrisse que a pessoa em quem sempre confiou, na verdade, matou alguém muito próximo a você, o que você faria?"
"Eu não tenho ninguém tão próximo" respondeu Leiria, sem pensar. Mas um traço de tristeza cruzou seus olhos, e eu não pude evitar sentir pena dela. Estava prestes a confortá-la quando seus olhos brilharam. "Mas se alguém tentasse te machucar, eu definitivamente lutaria com essa pessoa até o fim."
"..." Fiquei emocionada e quis rir ao mesmo tempo. "Se você fosse um homem, eu me casaria com você logo após me divorciar."
Leiria arqueou uma sobrancelha. "Sério mesmo?"
"Tok tok—"
Estava prestes a responder quando alguém bateu na porta e a campainha soou. Leiria estava se sentindo um pouco mal, então não a deixei se levantar e fui abrir a porta.
"Vamos, me dê um beijinho~"
Assim que abri a porta, vi Alexsandro, esse playboy, apoiando-se com uma mão no batente da porta e fazendo uma pose que ele achava charmosa, com os olhos fechados e os lábios franzidos.
Eu quase ri, quando um travesseiro lançado por Leiria voou por cima de mim e acertou Alexsandro em cheio.
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Os comentários dos leitores sobre o romance: Quem posso amar com o coração partido?