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Eu não pude evitar rir.
Carlito teria que assumir a responsabilidade por ela.
Por que ela veio ter comigo?
Deveria procurar Carlito.
Adelina acariciava a sua barriga e disse: "Vocês precisam agilizar o processo de divórcio, senão vai prejudicar o registo do meu filho."
"Então você deveria pressionar Carlito."
O prédio da empresa mantém o ar-condicionado regulado o ano todo. Tirei o meu sobretudo e o pendurei. Peguei o regador para molhar as plantas diante da janela do chão ao teto.
Já que Carlito não queria estabelecer limites, eu também não estava com pressa.
Deixe Adelina incomodá-lo.
Adelina riu com desdém e disse: "Não venha com esse jogo de fazer de conta que não se importa, enquanto por outro lado, você não deixa o Carlito em paz."
"Eu até posso entender você, órfã, sem pai nem mãe, segurando-se na Família Ribas como uma árvore que te garante um futuro seguro, não querendo soltar. É compreensível."
"Mas, Rosalina, como uma mulher, seria melhor ter um pouco mais de dignidade."
Ela cruzou os braços, sorrindo levemente: "Não se humilhe tanto por um homem, é vergonhoso."
Eu franzi a testa e perguntei: "...Nós já nos conhecemos há tanto tempo, porque ainda está a fazer autoapresentação?"
Adelina engasgou com minha resposta, soltou um resmungo e se levantou, aproximando-se.
"Não pense que só porque aquele velho está te apoiando, você pode fazer o que bem entender. Não é só esperar ele completar oitenta anos? Vamos ver o que você vai fazer quando não tiver mais desculpas para se agarrar."
"Terminou?"
"Como assim?"
"Se terminou, pode sair."
Apontei para a direção da porta do escritório.
Ela mordeu o lábio e respondeu: "Não se apresse em expulsar-me. E a competição de design, você não quer participar?"
"Só há dois lugares, você está a ser assim tão generosa ?"
"Por acaso é meu?"
Disse isso meio brincando.
"Você só diz parvoíces!"
"Se não é meu, por que eu estaria curiosa?"
"É do Carlito, estou grávida dele, é o fruto do nosso amor de mais de dez anos."
Ela parecia orgulhosa, seus dedos delicados tocavam sua barriga que ainda estava plana.
"Tudo bem, agora sei."
"E essa é sua atitude?"
"Como devo agir com um filho fora do casamento?"
Larguei o documento sobre a mesa, olhando para ela sem entender: "Que casa grande não tem seus filhos fora do casamento? É tão comum, você está a fazer um escândalo à toa."
Ela olhou para mim furiosa e disse: "Filho fora do casamento?! Você está a dizer que o filho de Carlito e eu é um filho fora do casamento? Rosalina, o filho que estou esperando será o primogênito da Família Ribas. Melhor você medir suas palavras, quando eu entrar para a Família Ribas, acabar com você será fácil."
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Os comentários dos leitores sobre o romance: Quem posso amar com o coração partido?