Não era que eu não soubesse da sua frieza e decisão, apenas nunca imaginei que ele aplicaria esse mesmo tratamento comigo.
Aquele sentimento azedo atingiu diretamente o topo do meu nariz. Desviei o olhar, forçando as lágrimas de volta para dentro, pensando na situação atual da minha tia. Engoli o meu orgulho, cada palavra carregada de amargura.
"Senhor Ribas, um familiar meu está doente e precisamos de um quarto no hospital. Poderia nos ajudar a conseguir um?"
Sua expressão congelou instantaneamente, os seus dedos tremiam levemente, a voz rouca perguntou: "Como você me chamou?"
Apertei as mãos: "Senhor Ribas, pode fazer isso?"
Esse tratamento pareceu irritá-lo. Seu queixo estava tenso, e ele disse friamente: "Não é possível."
"Rosalina..."
Adelina bebericava água quente, com uma expressão inocente ela explicou: "Desculpe, o Hospital Santos só tem três quartos, a minha mãe ocupa um deles permanentemente, e agora que estou no resguardo pós-parto, Carlito insiste que eu fique aqui. Não confiaria em ficar em outro quarto. E tem mais um quarto que uma amiga me pediu para reservar, ela vai ser internada amanhã..."
"Não fique chateada. Se você tivesse dito algo um pouco antes, com certeza teria conseguido."
"Afinal, você é a Senhora Ribas, esses recursos deveriam ser priorizados para você."
Isso pareceu um lembrete.
Rosalina, e daí que você é a Senhora Ribas? Você não tem poder de decisão algum.
Antes que eu pudesse responder, ela puxou levemente a manga de Carlito: "Carlito, talvez eu devesse me mudar... Só estou no resguardo pós-parto, se não for bem feito, não tem problema, a situação de Rosalina é mais importante."
"Você está certa."
Para Carlito, eu já era uma pessoa cruel, então que seja: "Minha tia está com câncer de estômago, é muito mais urgente do que a sua situação."
As lágrimas de Adelina caíram subitamente, ela disse irritada: "Eu já prometi para ela, agindo assim, você está a fazer-me quebrar a minha palavra? Vou ser motivo de chacota entre os nossos conhecidos, por não conseguir se quer organizar um quarto!"
Olhei tranquilamente para Carlito, quando ele volta de volta para mim, a sua voz era fria, sem emoção.
"Aguarde mais um pouco. Sua amiga só vai ficar alguns dias, depois disso, a sua tia pode se mudar para cá."
"Não posso esperar."
Na escolha entre mim e Adelina, ele não hesitou nem um pouco, como sempre.
Na verdade, a minha tia não precisava de se mudar imediatamente, mas a atitude inabalável de Carlito em proteger Adelina até o fim, junto com as insinuações dela, fizeram-me não querer ceder!
Quero ver se, com a partida do avô, todos os recursos da Família Ribas vão girar em torno de Adelina.
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