Meus olhos se encheram de lágrimas instantaneamente, e minhas mãos tremiam enquanto recebia a caixa de veludo.
Ao abri-la, vi dois pingentes de segurança, ambos de jadeíte da melhor qualidade, um com flores gravadas e o outro sem.
A raridade dessa qualidade de jade demonstrava o quanto o meu avô se importava comigo.
Cuidadosamente, fechei a caixa e aspirei profundamente, tentando conter as lágrimas: "Quando foi que o vovô soube... sobre minha gravidez?"
Ele já sabia há muito tempo, mas para cuidar dos meus sentimentos, nunca me pressionou com perguntas.
Meu avô tinha falecido, mas ainda podia sentir o seu amor e proteção.
Tiago disse: "Depois do último jantar em família, o senhor mandou verificar o seu prontuário médico, você... não deve ficar chateada com ele, ele estava apenas preocupado com sua saúde e receoso de que você escondesse algo por preocupação."
"Como eu poderia ficar chateada..."
Minhas lágrimas se intensificaram: "Eu só me culpo."
Se eu tivesse contado ao vovô mais cedo, ele teria mais momentos de felicidade.
Não precisaria ser tão cuidadoso, tão receoso até de me fazer uma simples pergunta.
"Contribuir para a Família Ribas com um novo membro já é algo maravilhoso. O senhor, mesmo está no céu, estaria feliz."
Tiago tentava me consolar e lembrou de algo que meu avô havia dito, "Ah sim, o senhor mencionou que, se um dia você realmente não conseguisse mais viver com o jovem senhor, a criança ficaria com você. A Família Ribas apenas proveria o sustento financeiro."
Fiquei totalmente chocada, sem conseguir falar, com um nó na garganta e um amargor profundo.
Então...
Eu sempre estive muito na defensiva, o meu avô nunca teve a intenção de tirar de mim os direitos sobre o meu filho.
"Mas..."
Tiago hesitou antes de continuar: "No fundo, o senhor sempre esperou que você e o jovem senhor vivessem em harmonia."
"Se você conseguir manter sua palavra até o fim do período de reflexão do divórcio, nosso casamento continua."
Levantei o rosto para olhá-lo: "Caso contrário, assim que o período de reflexão terminar, vamos formalizar o divórcio."
No momento seguinte, ele me abraçou de repente, roçando a sua face no meu cabelo como se eu fosse um tesouro recuperado, fazendo-me vacilar por um momento.
"Podemos recomeçar."
Não respondi.
Para ele, eu já não podia mais usar a palavra confiança tão levianamente.
Forcei-me a ser mais racional, não podia me entregar tão facilmente, falei baixinho: "Até lá, é melhor não dormirmos no mesmo quarto. Quem deve mudar, você ou eu? Preciso de avisar a Dora com antecedência."
Ele congelou por um momento, então, acariciando meu cabelo, disse: "Não voltaremos para a Reserva do Lago, ficaremos na casa ancestral. Tem a certeza de que quer que o vovô veja o nosso casamento desmoronar assim?"
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