“Não precisa…”
Adelina puxava a manga de sua camisa: “Eu só quero que você fique comigo, só um pouquinho, pode ser? Se não puder, deixa-me morrer de dor!”
“Então morra de dor.”
Carlito, com a face fria, apesar de dizer isso, serviu-lhe um copo de água quente, com uma voz fria e distante: “Beba mais água quente.”
Adelina resmungou: “Água quente não cura doença.”
Eu tropecei, quase caindo, e ao levantar a cabeça, vi a maneira natural com que interagiam.
Um disposto a fingir, o outro disposto a acreditar.
Depois do meu avô ter sido levado para a UTI, pensando na saúde dele, os médicos não recomendaram visitas.
Eu só podia ficar na porta, observando através do vidro.
Meu avô, sempre com um olhar gentil, agora só podia respirar com a ajuda de uma máscara de oxigênio, e isso deixou-me incrivelmente desconfortável.
De repente, pareceu-me que os dedos do meu avô se moveram.
Olhei para Tiago, surpreso e perguntou: “Tiago, o vovô mexeu-se?”
“Sim, sim! Você não viu errado, ele ainda se está a mexer.”
Tiago estava igualmente emocionado.
Pensamos que não sabíamos quando o vovô acordaria, mas ele acordou tão rapidamente.
Eu estava tanto chocado quanto alegre, apressando-me para encontrar um médico, mas no meio do caminho, de repente ouvi o alarme do monitor cardíaco soando agudamente.
“UTI número 1, preparem-se para a reanimação!”
Não precisou que eu chamasse, o diretor do hospital estava pessoalmente de plantão essa noite, e ao ouvir o barulho, liderou imediatamente médicos e enfermeiros correndo para dentro da UTI, todos com expressões sombrias.
Eu estava paralisado no meio do corredor, a minha mente estava num completo vácuo.
O que aconteceu…
O vovô não tinha se mexido?
A voz do meu avô estava claramente fraca, sem muita energia: “Rosa, casar-se na nossa Família Ribas, foi difícil para você.”
“Não foi difícil, não foi nada difícil.”
Eu balançava a cabeça freneticamente, as lágrimas não podiam ser contidas: “Casar na Família Ribas, ter você como meu avô, é uma bênção. Eu não tinha família, mas você deu-me pessoas que cuidam de mim e me protegem.”
“Tola, por que chora? Nascimento, envelhecimento, doença e morte, ninguém pode fugir.”
Meu avô tentou me acariciar, mas já não tinha mais força, olhando para trás de mim: “E o Carlito?”
“Ele…”
Imediatamente peguei meu telefone, querendo ligar para Carlito.
Mas meu avô disse: “Deixe para lá, já é tarde demais. Algumas palavras, eu só preciso dizer a você.”
“Pode falar, eu estou a ouvir.”
Eu parei imediatamente o que estava a fazer, ouvindo atentamente cada palavra do meu avô, com medo de perder sequer uma palavra.
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Os comentários dos leitores sobre o romance: Quem posso amar com o coração partido?