Por Você romance Capítulo 13

— Merda, isso está um caos! — xinguei irritado quando o telefone voltou a tocar no meio de mais uma leitura de relatórios. Respirei fundo. Preciso resolver a questão da minha secretária logo, ou enlouquecerei aqui. Parei tudo que tinha para fazer e peguei alguns currículos das entrevistas dentro da minha gaveta. Li atentamente um por um, mas foi o último currículo que me chamou a atenção.

CURRÍCULO VITAI

NOME: Ana Júlia Falcão.

IDADE: 20 anos.

ESCOLARIDADE: Segundo período de medicina e curso completo de inglês.

EXPERIÊNCIA: Sem experiências.

OBSERVAÇÃO: Aberta a novas experiências.

— Interessante! — disse baixinho. — Jovem, boa aparência, inexperiente, essa parte me preocupa. Tive que demitir algumas mulheres com bastante experiência no cargo. Será que ela conseguiria dar conta? Olho a foto no topo do currículo e me deixo levar. Ela é bonita! Uma morena e tanto! Olhos castanhos e meigos, cabelos negros, lábios cheios. Simplesmente linda! Bufei, esfregando as mãos no rosto. No que você está pensando, Luís Renato? Essa garota não serve pra você, cara. Ela não é igual às mulheres que você costuma levar para a cama nesses últimos anos! Fui interrompido por algumas batidas na porta do meu escritório, então ergui a cabeça e olhei na mesma direção.

— Pode entrar — ordenei.

— Boa tarde, senhor Luís! Vim avisar que amanhã não poderei lhe ajudar com a agenda — Cassandra informou, entrando na minha sala. — O senhor Marcos recebeu um telefonema e soube que houve alguns problemas na construção do hotel em Londres. Nós viajaremos essa noite. Ele quer resolver tudo quanto antes.

— Algo grave? — indaguei preocupado.

— Não sei lhe informar, senhor. Mas ele deve vir conversar com o senhor antes de terminar o expediente.

— Certo! Cassandra, um último favor, eu prometo — estendi-lhe o currículo de Ana Júlia Falcão. — Ligue para a senhorita Ana Júlia e informe que a quero aqui amanhã, às oito em ponto. Deixe bem claro que não tolero atrasos. — Minha voz tem um tom ríspido, porém calmo.

— Claro, senhor Luís, mais alguma coisa? — perguntou com um sorriso satisfeito.

— Sim. Veja alguém para treiná-la por uma semana. Quero que ela faça as coisas como eu gosto.

— Certo. — Cassandra olhou-me com hesitação.

— Deixa de ser chato, Luís! Sabe aonde eu estou? — perguntou em tom animado. Suspirei, puto da vida. Karol é uma grande amiga da família. Eu a tolero desde a nossa infância. Estudamos juntos durante toda a adolescência e só nos separamos no período da faculdade. Faz tempo que não nos vemos e nem nos falamos, embora trabalhemos no mesmo prédio. Ela foi uma amiga incrível depois que minha vida virou o destroço que é hoje.

— Não, eu não sei e não sei se quero saber também! — rosnei.

— Estou na boate Kiss, aqui no centro.

— Karol, eu sei onde fica a boate Kiss — falei ainda ríspido, interrompendo-a — E não, não estou interessado em saber onde você está, então fala logo o que quer!

— Argh! Você é um chato mesmo! Sabe quem está aqui? — resmungou chateada, mas logo mudou seu humor.

Haja paciência!

— Não sei, não quero saber, e tenho raiva de quem sabe! Boa noite, Karol, a gente se fala! — Encerrei a chamada sem esperar a sua resposta e resolvi ir para o meu quarto. Deitei em minha cama espaçosa, adormecendo alguns minutos depois. Mas a noite inteira sonhei com ela, com o seu sorriso, com o seu toque. Nós dois fazendo amor em nosso quarto. Com os seus beijos quentes e molhados. Foram sonhos conturbados, uma mistura de nós dois em momentos íntimos, com ela me apunhalado pelas costas.

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