Meia hora depois, estou pondo as bolsas no porta-malas do meu carro. Um enfermeiro, traz a Ana, sentada em uma cadeira de rodas, segurando os nossos filhos em seus braços. Pego o Jonathan, coloco-o com cuidado no bebê conforto e faço o mesmo com a Cristal. Em seguida, ajudo a minha esposa a se acomodar melhor no banco do carona e logo estamos no trânsito, a caminho de nossa casa. Não há satisfação maior do que olhar para a minha família, em meu carro. Respiro fundo e deixo um sorriso bobo crescer em meus lábios. Assim que chegamos, com cuidado vamos para as escadas e no meio do corredor, fico na dúvida, em qual quarto deixar os meus pontinhos? Eu sei, tem o quarto deles, mas poxa, eles são tão pequeninos! Para acabar de vez com a minha agonia, peço para o Emerson providenciar dois moisés e quando ele o faz, instalo um em cada lado da nossa cama. Marta me ajuda a organizar os lençóis e os protetores e em menos de uma hora tenho minha pequena família pertinho de mim. Passamos praticamente o mês inteiro com a casa cheia. Era um entra e sai de gente para visitar e conhecer meus pontinhos, que só tinha a oportunidade de curti-los de verdade quando todos iam para suas casas à noite. Mas era à noite que eu babava na minha pequena família. Em alguns momentos e sobre os protestos da Ana, eu os colocava entre nós dois, no centro da cama. Passamos as nossas noites entre trocar fraldas, choros e mamadas. Cristal e Jonathan só sossegavam depois da rotineira historinha que eu lhes contava quando ainda estavam no ventre da mãe.
— Viu, eu tinha razão! Contar histórias os faz dormir — digo orgulhoso de mim mesmo e a Ana me beija.
— Você sempre tem razão, meu amor!
***
Algumas semanas depois...
Estou exausto! São noites e noites sem dormir direito, mas que estão valendo muito a pena. Cuidar dos meus filhos e ajudar a minha esposa é algo indescritível, não tenho uma palavra maior do que amor. Amo minha família, amo cuidar deles, mesmo que isso me custe algumas horas de sono. O som do elevador me desperta e eu sigo direto para o meu escritório, assim que abro a porta de cara já encontro uma pilha de papéis amontoadas em cima da minha mesa. Desanimo quando penso que preciso ler e assinar cada um deles. Largo a pasta em cima do sofá e me sento na cadeira, mas ao invés de começar o meu trabalho, eu me pego rindo feito um bobo, encarando a foto que a Ana acabou de me enviar. Faço uma cara de bobo, babando e olhando a tela do meu computador. Isso mesmo, estou babando pelos meus bebês! E só depois de alguns minutos, eu leio a frase no anexo que me deixa explodindo de alegria.
...
Amamos você, papai!
Volta logo para casa, tá?
...
Foi exatamente com isso que eu sonhei a minha vida inteira. Era isso o que eu mais queria para mim. Pensei que teria isso com Camilly, mas ela me arrancou tudo de mim de uma forma tão brusca e com extrema violência. Mas eu consegui, eu conquistei os meus sonhos, a minha vida e renovei o amor. Tudo graças a minha Ana.
— O que está fazendo, papai do ano? — Marcos indaga, entrando em minha sala sem um aviso prévio e me desperta do meu momento família.
— Trabalhando, como sempre — falo, apontando as pilhas de papéis e o olho fixamente. Ele me lança um olhar acusador e eu sorri de modo debochado.
— Sei! Não foi o que acabei de ver. Você estava literalmente babando por mais uma imagem que a Ana te enviou. Acertei? — Abro um largo sorriso.
— Vocês brigaram? — indago. Marcos dá de ombros.
— Não exatamente. Quer saber, deixa pra lá! Temos uma reunião em vinte minutos. Eu só vim te chamar, porque sabia que você estaria aqui, perdido nas imagens da sua família — sibila, levantando-se da cadeira. Sorrio do seu comentário. Fico pensando em como será quando o Marcos for fisgado de vez pelo amor. Como será quando ele formar a sua própria família? Será que ele ficará tão coruja quanto eu? Não consigo não sorrir dessa imagem. O cara mantém essa pinta de playboy, mas no fundo, tem um imenso coração, não duvido nada disso.
— Vai indo, vou pegar as pastas que preciso e chegarei em alguns minutos. — Ele assente.
— Vou na frente, então. Te espero lá. — Assinto.
— Ok! — Pego o que preciso para a reunião, mas antes de sair da sala, volto a olhar a imagem dos meus pontinhos e beijo a tela antes de sair da sala. — Amo vocês! — sussurro.
Caminho pelo largo corredor, em direção à sala onde haverá a tal reunião. Olho ao meu redor e observo os meus funcionários sorrirem e acenar para mim. O contrário dos anos passados, em que eles se escondiam quando me viam passar pelos corredores da empresa. Ana Júlia Falcão de Alcântara realmente mudou tudo em minha vida, e eu a amo ainda mais por isso!
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Por Você
Não tem final? Que pena!!!!!!!!!! Mais uma história que ficou com gostinho de quero mais, e com isso estou triste...
Onde estão os capítulos de 21 a 59??...