Estava chovendo pouco, mas o cachecol de Leo me ajudou. Sua gentileza fez meu coração derreter, mas uma parte de mim estava chateada e desamparada.
Queria perguntar por que tinha mentido para mim naquele dia...
Mas quando consegui dizer seu nome, Nigel me interrompeu do nada. Virei-me consternada e o vi parado na chuva. Estava encharcado.
Não falei. Leo explicou oportunamente: "A Louisa precisava de ajuda. Foi a Srta. Twilight que trouxe a gente".
Era a primeira vez que me chamava por outro nome que não "menina", e foi um "Srta. Twilight" educado demais.
Congelei e de repente me lembrei de algo que estava tentando evitar. Para ele, eu era a ex-esposa do irmão.
Ex-esposa do irmão...
Era a mulher com quem seu irmão tinha se casado e dormido.
De repente, entendi por que não admitiu que era Leo Grayson naquela noite. Talvez soubesse quem eu era desde o início.
Por isso manteve distância o tempo todo.
Fitei-o com os olhos avermelhados e tive vontade de agarrar as mangas de sua blusa, mas Nigel estava ali. Não me atrevi a fazer nada.
Realmente queria segui-lo como uma menina, do mesmo jeito que fazia quando era mais nova.
Mas sabia muito bem que já tinha crescido.
De menina a mulher.
Sentindo a mudança, fiquei inquieta. Baixei a cabeça silenciosamente e entrei no carro, pronta para sair.
Depois de dar partida, olhei para fora, para os dois homens exatamente iguais.
Um deles era tão quente quanto o sol no verão.
O outro era tão frio quanto a lua no inverno.
Tirei o cachecol da cabeça e coloquei em outro lugar. Quando estava saindo, Nigel entrou no carro e se jogou no assento ao meu lado.
"O que você tá fazendo?", perguntei, irritada.
Embora fosse verão, ficar completamente encharcado com certeza não era confortável. Ficou sentado sem expressão e perguntou com a voz fria: "Tem algum problema levar seu ex-marido pra casa?".
Não sabia o que dizer.
No início, não quis, mas de repente me lembrei da ligação de Sean durante o dia. Após hesitar um pouco, concordei.
O carro passou por Leo, e o vi pelo espelho retrovisor olhando fixamente para nós.
Era raro vê-lo. Não consegui nem perguntar tudo o que queria, fui interrompida por Nigel...
Pensando nisso, dei um grande suspiro.
Vendo-me assim, o homem ao meu lado retrucou: "Que foi? É tão insuportável assim? Você gosta mesmo dele?".
Suas palavras estavam cheias de sarcasmo, mas o ignorei.
No caminho, Sunnie me ligou e eu atendi. Ouvi sua pergunta: "A Louisa saiu de lá?".
Respondi: "Sim, o irmão é quem veio atrás dela".
Ouvindo isso, perguntou, surpresa: "Ela tem um irmão?".
Indaguei: "Você não conhece ela?".
"Não muito, ela é só a minha caloura. A gente se deu bem por um tempo na faculdade, mas depois ela foi pro exterior estudar em uma escola de música. Aliás, quem é o irmão dela?"
Sunnie perguntou casualmente.
Rebati: "Nigel Grayson, você tá sendo irracional".
Eu poderia pegar a companhia da família Twilight de volta, mas se fizesse isso, teria que administrá-la mais uma vez. Não queria perder tempo com isso.
O médico disse que poderiam curar meu câncer com um medicamento recém-desenvolvido, desde que eu aguentasse por mais um ou dois anos. Ao que parecia, um ano já era bem difícil.
Chamou-me friamente: "Aria Twilight".
"Por que você não me deixa partir?", perguntei seriamente.
Recusou depressa: "Nunca vou deixar você partir".
A chuva em Oak City estava ficando cada vez mais forte. Perguntei, confusa: "Por que não? A gente é divorciado e você nem sequer se lembra de mim. Por que tá fazendo isso?".
Depois de uma pausa, continuei: "Você tá fingindo que tá com amnésia pra gente casar de novo? Nigel, você tá só brincando comigo? E a Shirley Wade? Você não insistiu em dar um casamento a ela?".
Ele desligou de repente.
Encarei o celular em transe. Por um momento, não soube o que fazer. Parecia que estava mais uma vez presa nesse relacionamento.
Dirigi de volta para a casa Twilight. Assim que cheguei à porta, vi uma mulher esperando por mim. Era uma visita indesejada em um dia escuro e chuvoso como este.
Estacionei o carro na beira da estrada e saí com o cachecol cor de damasco. Ela se aproximou e segurou um guarda-chuva para mim, perguntando: "A gente pode conversar?".
Recusei sua boa vontade e corri de volta para a casa, na chuva. Ela me seguiu, gritando tristemente: "No fim, eu não casei com ele. Eu não virei a Sra. Grayson".
Ao olhar para seu rosto triste, lembrei-me de que tinha me ligado antes apenas para se gabar. Disse ao telefone: "Meu nome é Shirley Wade, também conhecida como Sra. Grayson".
Virei-me com o cachecol nos braços e perguntei: "O que foi?".
Por acaso eu parecia uma pessoa que não tinha nada para fazer e que queria ouvir o blá-blá-blá dela?
Talvez eu fosse hostil demais. Shirley ficou espantada e explicou: "Só quero falar com você sobre ele".
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