Pai em Coma romance Capítulo 107

Ao ouvir as palavras "bastardo", o rosto de Ana ficou pálido como uma folha morta. Se pudesse, ela preferiria que Paulo nunca a visse nesse estado deplorável. Ela preferiria nunca mais vê-lo, apenas para preservar um vislumbre da imagem bela e intocada que ele tinha dela em sua memória.

Paulo, ao ver a expressão de Ana tão cinzenta quanto a poeira sob seus pés, ficou estupefato. Ele nunca imaginou que seu tio, sempre elegante e respeitoso, poderia pronunciar palavras tão cruéis na presença de Ana.

Quantas humilhações indizíveis ela teve que suportar nestes últimos dias? Ela era indubitavelmente uma vítima incontestável nessa situação tumultuosa. O que aconteceu, sem dúvida, deve ter sido mais angustiante para Ana do que para qualquer outra pessoa.

Paulo apertou os punhos com fervor. - É a pura verdade, tio. Agora que você está ciente disso, peço-lhe encarecidamente que conceda a Ana a liberdade que ela tão merecidamente almeja.

Ana nunca esperou que Paulo admitiria essa mentira diretamente. Ela não entendia por que ele diria algo assim.

Ana rapidamente respondeu. - Não, o filho não é dele...

Paulo a interrompeu. - Ana, não precisa mais esconder. Ele já sabe de tudo.

Ana ficou sem palavras. Ela não estava mentindo, a criança realmente não era de Paulo.

Vendo o jogo entre os dois à sua frente, o rosto de Leo se tornou cada vez mais sombrio.

Ele sempre se viu como um príncipe entre os homens, mas quando foi que ele foi ridicularizado dessa forma? E ainda por cima, pelo seu próprio sobrinho, a quem ele sempre amou tanto.

Paulo olhou para Leo, seu coração batendo forte. - Tio, agora que você sabe, talvez você deveria...

- Ilusão.

Leo rangeu os dentes, pronunciando cada palavra com clareza.

Ele desviou o olhar, agarrou Ana pelo braço, e saiu da Mansão dos Santos.

O passo do homem era rápido, Ana mal conseguia acompanhá-lo, apenas conseguindo ser arrastada por ele.

Percebendo sua tentativa desesperada e infrutífera de escapar, o homem soltou uma risada fria, que reverberou como um eco sinistro na clausura do veículo. - Então, agora você está com medo? Quando você decidiu se casar comigo, carregando no ventre o filho de Paulo, acaso não pensou que isso poderia acontecer?

Embora o tom tenha permanecido inalterado, essas palavras finais foram pronunciadas como se fossem uma condenação cruel e irrevogável, confirmando a escuridão crescente dentro de Leo, que parecia engolir toda a esperança que pudesse ter restado.

- Não, a criança não é do Paulo. Eu não sei por que ele diria algo assim! Ana explicou freneticamente, mas foi em vão.

Ela só podia observar a zombaria e o desdém em seus olhos se aprofundarem.

Ele não acreditava nela.

De fato, se ela estivesse no lugar de Leo, também não acreditaria nessa explicação absurda.

Afinal, nenhum homem admitiria ser o pai de uma criança cuja paternidade é desconhecida.

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