Nádia
Ficamos eu, Fernanda e Ramon parte da noite conversando e rindo contando histórias da nossa infância e foi muito divertido. Ramon é muito engraçado e até mesmo as histórias dele mais cabulosas são engraçadas. Certa hora da noite os deixei na sacada do apartamento dela e me deitei em sua cama e acabei adormecendo.
Um barulho insistente atrapalha meu sonho e não para de me perturbar enquanto eu estou deitada numa praia ao lado de Cam, nós olhamos de onde vem a poluição sonora que atrapalha nosso momento feliz é quando eu caio da espreguiçadeira.
- Ai – me vejo no chão do quarto da Fernanda – Merda dormi aqui e ainda caí e meu telefone gritando – Alô.
- Nádia onde você estava que não atende esse telefone – era a voz de Emhre.
- Irmãozinho da para parar de gritar, ainda está de madrugada.
- Já passa da uma da tarde em Shariff, Irmã. O que você estava fazendo? Dormindo?
- Sim, nossa já é uma hora – olho no celular e constato que realmente passa da uma hora.
- Irmã eu preciso de você – eu resmungo ´Quando vocês não precisam`- O pai de Dahra faleceu durante a noite.
- Oh meu Deus, pobre Dahra – eu acabo acordando de vez e minha cabeça parece pesar quinhentos quilos – Eu vou para o palácio, agora mesmo.
- Irmã papai pediu que a Cúpula se reunisse, as coisas lá estão fora do controle e se você puder me ajudar, já falei com os outros.
- Claro Emhre eu estou indo.
Saio do quarto de Fernanda e vejo ela e Ramon deitados na sala, coloco as mãos na boca tapando o meu riso, tudo leva a crer que os dois passaram a noite juntos. Saio da casa dela e vou direto para o meu apartamento, encontro Cam já pronto na cozinha provavelmente fazendo alguma coisa para ele comer.
- Bom dia, Cam.
- Boa tarde Nádia – eu reviro os olhos – Emhre conseguiu falar com você?
- Sim, falei com ele – eu aponto para o quarto – Vou tomar um banho rápido e nós já vamos.
- Você tem noção como estão as coisas lá? – eu não entendi – Olhe no seu celular e verá que eles precisam da gente o mais rápido possível.
Fui para meu quarto precisava de um banho eu estava horrível e com uma dor de cabeça insuportável. Fui rápida e olhei nas minhas mensagens, o povo estava revoltado nas ruas e atacando tudo, com a morte do estadista o povo queria melhorias e queria tomar o palácio e o poder. Nas ruas, homens armados até os dentes e mostravam que não estavam ali para brincadeira. Meu irmão ficaria no lugar do pai de Dahra, mas como não estava no palácio o povo queria um novo governante e diziam que ele não era digno de tomar o poder.
- Vamos Cam, estou pronta.
Ele assentiu e fomos para o palácio. Lá eles já nos esperavam para que pudéssemos ir juntos. Minha mãe veio ao meu encontro e eu levaria uma bronca por me atrasar num momento tão difícil. E eu me senti mal por isso.
- Filha, você se atrasou demais – ela olhou para Cam que me acompanhava – Por que Cam está com você? Ele foi te buscar?
- Boa tarde, tia Helena, Nádia estava comigo sim, já que nos casamos ontem – eu olhei indignada para ele – Acabamos perdendo a hora.
- Ah sim casaram foi isso – ela se virou e foi saindo de perto de nós – Como assim, casados?
- Nós nos casamos ontem e estávamos em lua de mel, não é meu amor.
- Mais um filho que se casa e não me convida para participar do casamento, estou decepcionada com você minha filha.
- Mãe, não é hora para isso não é – procurei por minha cunhada – Onde está Dahra?
- Lá no quarto deles, coitada com aquele barrigão e só chora – ela estava com pena – Eles não queriam que ela fosse, por não saber como estão as coisas e com medo do bebê nascer adiantado – ela apontou o dedo indicador para mim – Depois vamos conversar sobre essa história de casamento.
- Coitada eu vou subir lá e ver se já podemos ir e se ela quiser deixe-a ir mamãe, afinal é o pai dela.
Fui em direção a escada e me encontrei com Cam pelo caminho.
- Onde estamos? O que aconteceu?
- Nós sofremos um atentado, mas consegui trazer a gente para cá – ele estava todo machucado – Foi a nossa sorte sair do carro ou estaríamos mortos – ele segurou o meu rosto e eu soltei um ai - Eu amo você e quase te perdi – ele me abraçou.
- Obrigada Cam, por me salvar – e eu chorei abraçada a ele.
A morte esteve ao nosso lado e se Cam não fosse um observador e ter visto o homem se aproximar e colocar algo no nosso carro, nós teríamos morrido. Ele me disse que Esam também sofreu o mesmo atentado e conseguiram sair e já estavam no palácio. E que estavam vindo nos buscar e como eu estava muito machucada o exército viria nos buscar e que muitas pessoas morreram nos dois ataques.
Nosso abrigo era uma casa antiga e abandonada, Cam disse que me pegou no colo e saiu correndo comigo em meio ás pessoas machucadas e que nos levou o mais longe possível do palácio, encontrando ali a casa abandonada e pelo que vi ele trancou com um pedaço de madeira.
- Será que o atentado era para Dahra e Esam? Mas quem se beneficiaria com a morte deles.
- O carro que foi atingido foi o principal que era o nosso e onde estava combinado que ela iria chegar, então eu acho que foi sim um atentado – ele foi até a janela e olhou para fora – Não vejo a hora deles virem nos buscar tem muita gente na rua.
- Você acha que podem nos – não terminei a frase.
- Nádia, tentaram nos explodir na frente de muita gente.
- Eu vou me levantar – tudo doeu, mas eu tinha que ser forte.
- Fica deitada, seu pé está muito machucado, fica com ele quieto, por favor para não agravar o estado.
E então eu fiquei ali quieta e com medo.
- Cam, se acontecer alguma coisa com a gente aqui eu quero que você se salve, eu estou machucada e não vou conseguir ir, então vá se caso acontecer.
- Eu nunca vou deixar você de novo – ele segurou meu rosto – Eu só deixei você por causa da Manuela, não por que eu amava a Daniele ou tive algum romance com ela, só pela Manuela, e eu amo você.
E em meio às juras de amor de Cam, agora meu marido a porta começou a tremer, eles tinham nos descoberto.
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