Deputado João Gilberto
- Olá meu amigo, como vai? – ligo para meu amigo dono do hotel.
- Meu nobre Deputado, como vai?
- Muito bem, estou hospedado no seu hotel.
- É uma honra recebê-lo, e eu já sei do novo romance com a princesinha intocável do açúcar – ele ri – Meus parabéns.
- Pois é consegui domar a fera, e foi por isso que te liguei – eu suspiro – Aconteceu algo muito chato com ela aqui no hotel, uma das camareiras confundiu a Nathalia, achou que ela era acompanhante.
- Nossa cara peço mil desculpas, vou demiti-la agora mesmo, assim que desligar já peço para ver quem foi e já vou demitir por justa causa.
- Sabia que podia contar com você meu amigo, foi uma situação constrangedora e eu não gostei como minha mulher foi tratada, espero que tome providências.
- Claro, claro – ele suspirou – Cara eu que peço desculpas mas esses funcionários são muitos ruins cada dia pior contratar pessoas competentes.
- Eu sei como é, mas meu amigo eu agradeço, vou ter que desligar porque tenho que voar para Brasília agora de manhã.
- Vai lá amigo Deputado e ajude a todos nós humildes empresários que precisamos de um incentivo.
- Até mais e sempre ajudando vocês.
Pronto agora sim aquela empregada vai ser demitida, não sei como Nathalia ainda fica de conversa com os empregados que a ofendem, ela esta dormindo linda na cama, queria muito que ela fosse comigo para Brasília, ia ser ótimo para mim desfilar com ela lá, de família influente como ela é e com uma vasta extensão de terras que eles possuem e sem contar as riquezas do tio Sheik dela, seria ótimo para minha carreira e estou quase no ministério da segurança, sei que meu namoro com ela vai ser o empurrão que eu preciso.
Fátima – A empregada do Hotel
- Mas eu não chamei, eu juro, eu não iria ofender uma hospede.
- Eu sei Fátima, mas não posso fazer nada são ordens lá de cima, sinto muito – ele me olha com pena – Nós vamos fazer o seu acerto, tudo direitinho, ele queria que te mandasse por justa causa, mas eu sei que você vai precisar até encontrar outro emprego.
- Não tem o que fazer não é mesmo? – ele nega com a cabeça – Então tudo bem. Obrigada. Adeus – ele vem e me abraça e sussurra um adeus.
Pego minhas coisas me despeço dos colegas de trabalho, tantos anos aqui fiz muitas amizades de pessoas que guardarei no meu coração, e saio de lá com um vazio. E estranho quando saímos de um emprego parece que a rotina do dia a dia nos faz criar um vinculo tão grande com tudo ali, minha única reação é atravessar a rua e me sentar na areia da praia e ficar ali olhando o mar e pensando no que vou fazer da minha vida, as lágrimas rolam do meu rosto, e a pergunta que ronda minha cabeça. O que eu vou fazer da minha vida? Sei que na minha idade é difícil arrumar emprego. Mas eu não posso perder a minha fé, não posso.
Depois de um tempo ali, o sol forte que bate na minha cabeça, eu pego o ônibus e vou para minha casa. Acho que fiquei na esperança que me chamassem novamente, mas o fluxo do hotel continua, como se eu nem tivesse existido ali um dia, é a triste realidade. Ninguém é insubstituível. Hoje estamos aqui e amanhã não podemos mais estar.
- Já sofri muito na vida, passei por tanta coisa, perdi pessoas que eu amava, outras apenas me abandonaram. Mas eu continuo aqui e estarei firme, sempre por vocês. Mesmo que sozinha, eu estarei lutando. Por mim, por meus filhos. Não deixarei de lutar. Não vou. E não vai ser agora que eu vou cair, minha filha, não vou – estou em casa com a cabeça no colo da Lindiane, enquanto Ruan, Luana e Justine estão sentados no outro sofá me olhando com lágrimas nos olhos, enquanto estão aprendendo a ser forte e aprendendo que passamos por dificuldades na vida, mas não podemos perder a fé – Eu tenho Fé que tudo vai mudar, filha, eu tenho fé.
- Eu também mãe, eu também – Lindiane me diz com lágrimas nos olhos.
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