Augusto acenou levemente com a cabeça.
Ignácio sorriu timidamente e deixou o espaço para o casal de interesses divergentes.
Após a saída de Ignácio, Augusto olhou para Raíssa, franzindo levemente as sobrancelhas: "Por que está vestida assim? Troque-se antes de irmos, mais tarde jantaremos na mansão da família."
Raíssa sabia claramente que o jantar a que Augusto se referia era a volta para casa para demonstrar seu amor.
Para as ações do Velho Sr. Monteiro.
Às vezes, Raíssa achava Augusto bastante contraditório; aparentava ser um homem de princípios, mas no fundo, era movido pela ambição, perfeitamente adaptado ao mundo das aparências.
Raíssa estava disposta a cooperar e a colocar todos os interesses em jogo antes de dividir a propriedade com Augusto.
Trocou de roupa no escritório e desceu com Augusto pelo elevador privativo.
Estavam sozinhos no elevador.
Augusto olhou o relógio, falando num tom neutro: "Após conversar com Ignácio, espero que tenha reconsiderado a ideia de divórcio. Hoje ainda é seu dia de ovulação; prepare-se quando chegarmos, e se não estiver à vontade, tentarei terminar o mais rápido possível."
Raíssa sorriu para si mesma. Augusto sempre tratava a questão de ter filhos com frieza.
Era incrível que ela tivesse suportado quatro anos de um casamento assim.
Ela foi ainda mais fria: "A mesma proposta de sempre: metade dos bens e liberdade para você."
Augusto ficou bastante irritado, estava prestes a ter um ataque quando o elevador exclusivo parou de repente.
A porta do elevador se abriu lentamente.
Do lado de fora estava uma jovem garota, com um vestido branco, um olhar puro e inocente.
Era Célia.
Célia entrou no elevador delicadamente. Olhando para Raíssa, pediu cuidadosamente: "O elevador dos funcionários está quebrado. Sra. Lopes, posso usar este elevador?"
Era um campo de batalha para dois, mas com três pessoas presentes.
Raíssa manteve pressionado o botão para manter as portas abertas, sua intenção era clara sem dizer uma palavra.
Célia ficou envergonhada. Seu rosto bonito se avermelhou, seus lábios se morderam suavemente, ela inclinou a cabeça para olhar para Augusto, sem dizer nada, querendo que o homem a apoiasse.
Augusto, no entanto, falou gentilmente: "Siga as instruções da Sra. Lopes."
Seu marido, que sempre parecia intocável, estava agora totalmente entregue a atos íntimos, levando Raíssa a segurar seu cabelo com tanta força que parecia que poderia arrancá-lo.
Finalmente, Augusto parou.
Ele inclinou a cabeça para olhar para ela.
Seu rosto encontrou a luz da garagem subterrânea, e seus cílios longos, caindo um pouco acima do rosto fino e bonito, tinham um olhar de terna compaixão naquele momento.
Raíssa ficou momentaneamente atordoada.
No segundo seguinte, Augusto a agarrou pela nuca, beijando-a apaixonadamente, mordendo brutalmente a ponta de sua língua até sangrar.
— Sangue se misturando com saliva!
Raíssa ficou paralisada, olhando incrédula para o rosto belo tão perto do seu, o desprezo em seus olhos era evidente. Com a respiração pesada, Augusto pressionou contra seus lábios: "Sra. Monteiro, estou 'limpo' agora?"
Raíssa o afastou com força.
Ela se esforçou para se sentar no banco do passageiro, sacudindo as mãos enquanto arrumava o terno, mas seu peito ainda estava arfando violentamente por causa das ondas violentas de Augusto, uma emoção estranha que a assustava. Raíssa tentou ao máximo parecer calma: "Fique tranquilo, eu pedirei à secretária que organize um exame médico."
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