Os Desamados são os Terceiros romance Capítulo 116

Augusto assentiu, enquanto desabotoava seu terno, caminhando em direção ao hall iluminado.

A mansão era a mesma de sempre, mas ele a sentia fria e vazia—

Provavelmente porque Raíssa não estava lá.

O empregado, tentando agradá-lo, pegou seu casaco e comentou casualmente: "O senhor aceita um prato de macarrão ao molho pesto? Eu fiz questão de aprender com a senhora como preparar o molho."

Augusto hesitou: "Nesses dois meses, a senhora voltou alguma vez?"

O empregado balançou a cabeça.

Augusto se sentiu desapontado, mas não perguntou mais nada, dirigindo-se diretamente para o escritório no segundo andar.

Tudo estava como antes.

Exceto por uma nova intimação judicial sobre a mesa, marcando o início do julgamento para depois de amanhã.

A janela do chão ao teto estava impecavelmente limpa, refletindo as luzes e a figura desalentada de Augusto.

Apesar de estar vestido em um terno sob medida de alta qualidade, e até mesmo o gel em seu cabelo ter sido meticulosamente aplicado, tudo nele parecia perfeito, mas seu coração estava desolado.

Augusto pegou um maço de cigarros na mesa, acendeu um e lentamente o fumo azul claro começou a se espalhar—

Seus olhos nunca haviam sido tão profundos.

Após fumar metade do cigarro, ele tomou uma decisão, apagou o cigarro e pegou seu celular para fazer uma ligação há muito adiada: "Ignácio, vamos nos encontrar."

...

Meia hora depois.

Com sua decoração italiana e janelas do chão ao teto oferecendo uma vista panorâmica da cidade à noite, Augusto gastou 300 mil para ter o local só para si.

Não era surpresa que Raíssa caísse em suas mãos.

Com apenas algumas palavras, Ignácio entendeu o que Augusto queria dizer, que ele iria contra si.

Ele não estava com medo, ao contrário, aproximou-se de Augusto, compartilhando a vista noturna.

Depois de um momento, Ignácio falou calmamente: "Eu a salvei, estive ao lado dela não para tê-la, mas para ajudá-la a sair de um casamento sem amor. Augusto, você realmente não a merece, não merece o amor dela. Você ousa contar a ela sobre seu verdadeiro segredo? Você ousa falar sobre a existência de Nona Neves?"

A noite parecia cheia de sombras.

A cidade inteira parecia estar mergulhada em espectros.

Augusto, vestido em sua nobreza de preto, a luz destacava seu perfil, criando uma imagem digna de uma pintura refinada, tão bela quanto um orquídea em meio à rochas.

Ele virou-se para Ignácio, com olhar profundo: "Sim, eu não mereço! Mas eu quero ter."

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