Os Desamados são os Terceiros romance Capítulo 102

......

Era tarde da noite, dez horas.

Raíssa havia tomado um banho e vestido um robe de seda, sentindo-se completamente relaxada e confortável. Ela sentava-se diante da penteadeira aplicando seus produtos de cuidado com a pele.

De repente, um som suave ecoou à porta.

— Parecia uma chave na fechadura.

Raíssa pensou em verificar na sala, mas o visitante inesperado já havia entrado sem ser convidado. E não era outro senão Augusto.

Raíssa voltou a se sentar, observando o homem no espelho em silêncio.

Neve fina cobria seus ombros, e seus cabelos brilhavam, claramente tendo estado fora na neve por um bom tempo.

Raíssa perguntou suavemente: "De onde veio a chave?"

Augusto colocou a chave na frente dela na penteadeira, com uma postura confiante: "Eu fiz uma cópia."

Raíssa sorriu com desdém: "Você realmente não se faz de rogado."

Augusto se posicionou atrás dela, apoiando as mãos no encosto da cadeira, seus olhos escuros a examinavam pelo espelho, como se quisesse ver através dela.

Após um momento, ele sussurrou em seu ouvido: "Esta noite, eu não quero ser educado."

"O que quer dizer?"

"Exatamente o que você está pensando, ter um momento íntimo, cumprir nossos deveres conjugais."

......

Raíssa, naturalmente, recusou-se, falando friamente: "Eu não sinto nada."

Augusto deslizou a mão por seu pescoço, como se fossem palavras de amor entre amantes: "Eu vou fazer você sentir."

Logo depois, ele se levantou, começando a desabotoar seu casaco.

Raíssa foi levada por ele até a penteadeira, chocada, baixou a cabeça e agarrou o cabelo escuro dele, ofegante: "Augusto, você enlouqueceu!"

Augusto levantou os olhos para ela, com um olhar profundo: "Não me importo."

A luz suave, as sombras entrelaçadas, de repente perderam toda a medida.

"Que tipo de compromisso social?"

"Quando eu estava no Grupo Honorário, sempre tinha compromissos sociais, você nunca disse nada, não comece agora a agir como se estivéssemos namorando. Augusto, você não pode agir normalmente?"

......

Após Raíssa terminar de falar, ela pegou um robe para vestir.

Augusto, no entanto, pegou o robe, delicadamente retirou a toalha dela e com gentileza ajudou-a a vestir o robe, amarrando o cinto em sua cintura. Por fim, com um olhar intenso: "Vou tomar um banho e depois preparar alguma coisa para comermos."

Raíssa achou que Augusto estava sob algum feitiço.

A noite ficava cada vez mais profunda.

Augusto saiu do banho, vestindo a camisa cinza que Raíssa lhe havia comprado, preparando o jantar na cozinha, um espaguete, sua especialidade.

A cozinha apertada não diminuía em nada sua elegância. A luz branca e intensa delineava seus traços, como uma obra-prima de pintura a tinta, cada traço uma criação cuidadosa de Deus.

Raíssa, segurando uma xícara de chocolate quente, encostava-se à porta, observando a longa figura do homem.

Era a primeira vez que ela descobria, Augusto também sabia cozinhar.

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