O Vício de Amor romance Capítulo 193

- Nunca estive numa relação, a propósito, você ainda necessita de namoro agora?

Afinal, ele já tinha esposa e filhos.

Namorar?

Com quem?

Os olhos de Vanderlei se alargaram:

- Você não...

No entanto, ao pensar bem, Jorge não era uma pessoa sem vergonha e ele tinha andado tão ansioso, enquanto Natália estava desaparecida, portanto, ele devia gostar muito dela.

Jorge franziu a testa e, ao relembrar o brilho nos olhos de Natália quando ela disse essas palavras, ficou com muita vontade de satisfazê-la.

Vanderlei olhou para ele e perguntou, com cuidado:

- Será que a Sra. Natália não está disposta?

Jorge lhe deu uma olhada fria.

Ele não podia lhe dizer que Natália não aceitou ele.

Caso contrário, este riria muito, com certeza.

Vanderlei torceu a boca:

- Quanto a como agradar uma mulher, é melhor recorrer a Marcelo.

Neste momento, o elevador retornou à sua posição original e as portas se abriram.

Em vez de ir para a cabine, Natália ficou na sala, falando com Luiz. Jorge, que estava um pouco longe deles, não conseguia ouvir o que eles estavam dizendo, mas só de os ver conversando juntos, sua expressão facial mudou, de imediato.

Ele saiu do elevador e Vanderlei abrandou seus passos para se afastar um pouco dele.

Vanderlei percebeu que Jorge não estava de bom humor e ele não queria arriscar nada.

Ao ver Natália com dois filhos, Luiz congelou por uns momentos.

Então, era tudo verdade quando ela disse que era casada e tinha filhos?

- Por que você ainda está aqui? - Natália não esperava que o encontraria ali.

Luiz disse, com honestidade:

- Estou esperando por você.

- Por que está esperando por mim? - perguntou Natália.

No início, Luiz queria descobrir a relação dela com Jorge mas, neste momento, ele percebeu que suas suspeitas tinham sido erradas e que ela era de fato casada.

Ele se sentia decepcionado, mas fingiu um sorriso:

- Você não acha que estamos destinados a nos encontrar um com o outro?

Natália não entendeu o que ele queria dizer com isso.

Naquela altura, ele viu Natália a saltar no rio e, mais tarde, pediu a alguém que a salvasse, mas era apenas por um instinto de humanidade, não querendo ver uma vida desaparecer deste mundo daquele jeito.

Depois de Natália ser salva, ele viu a pulseira no pulso dela e pensava que ela era a filha de Sonia, portanto, a levou embora, fazendo com que Anderson não a pudesse encontrar.

Para seguir os últimos desejos de seu pai adotivo, ele não permitia que Natália entrasse em contato com sua família o mais rápido possível e, em vez disso, a deixou ficar em sua casa. Afinal, se quisesse se casar com ela, era necessário passar mais tempo juntos para desenvolver algum afeto.

Por isso, não a deixou contatar a família dela.

Depois de se conhecerem melhor, mesmo que ela voltasse para casa, eles ainda poderiam ser amigos e seria lógico para ele andar atrás dela.

No entanto...

Ele estava errado, ela não era a filha de Sonia e já era casada.

Ele fixou o olhar nas duas crianças, que estavam de mãos dadas com Natália. Eram tão fofas e parecidas com ela, assim como com aquele homem.

- Você pode me dizer de onde você conseguiu sua pulseira? - se ela não era a filha de Sonia, então, como é que ela tinha a sua pulseira?

Qual era a relação delas?

Natália não sabia a relação entre Luiz e Sonia.

Ele parecia muito interessado na sua pulseira.

Ela não disse a verdade, porque não confiava nele totalmente.

- Talvez esta seja apenas uma pulseira parecida com aquela que conhece e não seja a mesma.

Era óbvio que ela não queria falar sobre isso.

Ele não a forçou mais, mas olhou para seus dois filhos e perguntou:

- Vocês desceram para jantar?

Natália acenou com a cabeça.

- Eu conheço os melhores pratos daqui, que tal jantarmos juntos? - Luiz tentou propor.

- Não, estamos esperando o papai - recusou Mariana, depressa.

Este senhor andava de cadeira de rodas e não era tão bonito quanto seu pai.

- Nunca gostei de dever favores às pessoas na minha vida. Senhor Luiz, se precisar de alguma coisa, basta pedir.

Com essas palavras, Jorge conferiu o dever de retribuir o favor de Luiz ter salvado Natália a si mesmo, como se estivesse dizendo a Luiz que, se quisesse recompensa, devia vir até ele, em vez de ter segundas intenções com Natália.

Natália virou um pouco a cabeça para olhar para ele e sentiu uma corrente quente passando por seu coração. Ele estava pensando por ela, para que ela não devesse um favor a Luiz.

Afinal, desde os tempos antigos, a coisa mais difícil de retribuir era um bondoso favor.

Quaisquer que fossem as intenções de Luiz no início, era verdade que ele salvou sua vida.

Luiz olhou para a mão de Jorge, segurando a de Natália por um momento, e retirou logo o olhar. Era óbvio que ele sabia as intenções das palavras de Jorge e, então, olhou para os pés de Natália de salto alto e perguntou, com preocupação:

- Por que você ainda está usando salto-alto? O ferimento em seus pés ainda não se curou, sabia?

Ela estava tão animada para ver seus filhos e o ferimento já estava melhor, portanto, ela não se preocupou com isso.

- Estou bem.

A expressão facial de Jorge mudou de repente, já não estava tão calmo como há pouco. Ela tinha um ferimento nos pés, mas ele nem sabia disso.

Pegando a mão dela, ele disse:

- Está na hora de irmos embora.

- A cabine é por aqui - Vanderlei sabia bem ler a situação. Este era o lugar de Luiz, mas não o podia deixar tomar a iniciativa.

- Por aqui, por favor, Sr. Luiz - Vanderlei acenou, com um gesto de convite.

Luiz olhou para ele e disse:

- Vamos.

Então, Bruno, que estava atrás dele, começou a empurrar a cadeira de rodas.

Vanderlei tinha reservado a cabine maior deste hotel, com uma mesa grande de vinte pessoas no meio, a qual era muito espaçosa e luminosa.

Mariana apoiou seus joelhos contra as pernas de Jorge e abraçou o pescoço dele:

- Papai, quando podemos comer?

Jorge beliscou a bochecha fofa da filha e pediu para esperar mais um pouco.

Enquanto falava, olhou para os pés de Natália, debaixo da mesa, mas não encontrou nenhum ferimento visível em seus tornozelos.

Onde é que tinha se ferido?

Enquanto esperavam que os pratos fossem servidos, Luiz tomou a iniciativa de falar com Natália:

- Você está livre amanhã? Eu a levarei para ver aquele mestre?

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