VALERIA
Caminhei rapidamente em direção à cama, com o coração apertado no peito, mas suspirei aliviada quando vi seus olhinhos azuis se abrirem, vivo e bem.
— Muito obrigado, senhorita Valeria, por me ajudar no parque — disse com uma voz infantil educada que derreteu meu coração.
O mais triste, dada a minha possível infertilidade, é que sempre amei crianças.
— Não foi nada, pequeno Edward. Só fiz o que qualquer pessoa faria — respondi, sentando-me à beira da cama.
Ele sorriu docemente, e sua mãozinha macia saiu para agarrar a minha, que descansava sobre o edredom.
Ele parecia tão solitário naquele quarto escuro e sombrio. Não precisava passar muito tempo ali para perceber que o filho "defeituoso" não era o favorito.
— Pode abrir as cortinas, por favor? Está muito escuro aqui — pedi à criada, e por um segundo senti Edward apertar minha mão. Mas, ao olhar para ele, parecia tranquilo e logo relaxou.
As pesadas cortinas se abriram, e a luz do sol inundou o amplo quarto.
De repente, lembrei-me das cicatrizes no meu rosto e temi assustá-lo, mas ele não parecia incomodado com minha aparência.
Enquanto ele falava de coisas infantis, observei discretamente todos os cantos do quarto. O que quer que estivesse espreitando antes havia mudado de posição ou se escondido melhor, o que me preocupava ainda mais.
Não gostava da ideia de deixá-lo ali sozinho, vulnerável a algum ataque. Mas minha confiança nesta casa era mínima, e já havia tido um encontro desagradável com sua mãe.
Não havia muito o que fazer, apenas rezar para que fosse apenas paranoia minha.
"Valeria, precisamos ir agora", de repente a voz de Aldric ecoou na minha mente, estremecendo cada neurônio.
— Pequeno Edward, sinto muito, mas preciso ir ao centro da matilha para resolver algumas coisas. Voltarei mais tarde para visitá-lo. Descanse...
— Espere, senhorita Valeria! — ele segurou minha mão com força quando fiz menção de me levantar.
— Se for à vila, vá ao teatro ambulante. Simone, uma das criadas, me disse que é muito bonito e divertido.
Ele disse isso com a voz diminuindo até quase um sussurro, e seus olhos de filhote abandonado apertaram meu coração.
Era óbvio que ele queria ir, e aquele menino realmente me despertava compaixão.
"Senhor, será que nós... digo, será que eu... se o senhor perguntar ao Alfa..."
"Valeria, diga logo o que quer", sua voz firme respondeu.
"Podemos levar o filho mais novo do Alfa para dar uma volta pela vila? Eu cuido dele, não vai atrapalhar!", acrescentei rapidamente, sorrindo para Edward e fazendo um gesto para que ele esperasse um instante.
Na hora, seus olhinhos se iluminaram de esperança.
"Ele disse que, se der permissão, vou agora buscá-lo para descer as escadas. Ele não consegue andar bem sozinho", respondeu Aldric. Apesar de suas maneiras bruscas, aqueceu meu coração ao atender a um pedido que para mim era tão importante.
Assim, Edward se juntou a nós na carruagem, sentado no meu colo. Ele olhava com um pouco de medo para o Lycan mal-humorado à nossa frente, mas eu o distraía mostrando a paisagem.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O Rei Lycan e sua Tentação Sombria
Comprei o capítulo e não consigo ler porquê?...
Eu queria continuar lendo...