VALERIA
— Vale! — Enquanto caminhava em direção à academia de treinamento, ouvi atrás de mim a voz apressada de Juliette, a criada que sempre foi gentil comigo.
— Oi, Jul... Espera aí, mulher! Você vai acabar caindo de cara no chão! — Eu segurei a enorme cesta de roupas que ela carregava e, em sua corrida, quase tombou dentro dela.
— Ufa, achei que você não fosse me ouvir. Como você está das dores? — Ela perguntou, me examinando de cima a baixo.
— Dores? — Eu não entendia nada.
— Sim, a Governanta me disse ontem, quando perguntei por você, que você estava se sentindo mal e tinha voltado para o seu quarto. Ah, você perdeu o melhor, Vale! — exclamou animada e olhou para os lados do corredor antes de se aproximar de mim para sussurrar.
Fiquei um pouco tensa com a proximidade dela. Sempre acho que as pessoas vão criticar meu rosto marcado, mas Juliette nunca pareceu se importar com isso.
— Vou te contar: sua majestade estava uma fera ontem! Foi um escândalo no andar dele por causa daquelas mulheres que você escolheu — disse com os olhos brilhando, cheia de fofocas.
— Elas não queriam ir embora e fizeram uma rebelião. Sua majestade as arrastou para fora e as jogou nuas na frente do castelo como se nada fosse. Que vergonha! Todos os serventes estavam assobiando das janelas e até oferecendo dinheiro por uma noite.
— Todo o serviço saiu para ver o show. Elas choravam e gritavam como loucas. E, escuta isso: quando começaram a te insultar, sua majestade finalmente reagiu e deu um rugido tão alto que uma delas fez xixi de medo!
— Elas ficaram caladas na hora, como se tivessem costurado a boca, e foram levadas na carroça do lixo. Ai, não, que risada! — Juliette começou a rir muito enquanto contava o drama.
— Poxa, que pena que você perdeu isso. Mas veja o lado positivo: pelo menos você se livrou de limpar aquela “substância” que a vaca deixa por aí — disse, piscando para mim.
Me lembrei do que fiz na floresta com o Rei, de joelhos na frente dele, com a boca aberta.
Toda a “substância” do "touro" Aldric tinha ido parar no meu estômago.
Tossi desconfortável para disfarçar meus pensamentos impuros.
— Sim, a Governanta já me disse que não precisarei mais fazer as seleções — respondi, enquanto ambas caminhávamos pelo corredor, falando em voz baixa.
— Ah, a Governanta levou uma bronca feia! O Rei a chamou no salão do trono e ela voltou com uma cara pior que de costume, parecia uma assassina em série — confidenciou Juliette.
Imaginei que fosse por ter me mandado selecionar aquelas mulheres.
Espero que a Governanta não fique com raiva de mim por isso.
— Bom, obrigada por se preocupar. Estou melhor — respondi, parando. Provavelmente, essa história de que eu estava me sentindo mal foi para justificar minha ausência em todo aquele drama.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O Rei Lycan e sua Tentação Sombria
Comprei o capítulo e não consigo ler porquê?...
Eu queria continuar lendo...