Enquanto caminhavam, o celular de Stephan tocou.
Anastasia o viu tirar o aparelho do bolso e, quando viu o identificador de chamadas, a alegria em seu rosto desapareceu.
“Preciso atender; espere um pouco”, disse Stephan, indo em direção ao dique na beira da estrada.
A mulher deu um sorriso irônico. Quem se importaria em esperar por ele?
Sem dizer uma palavra, continuou andando sem olhar para trás.
Stephan, enquanto isso, atendeu à ligação de Kaique, com seu tom de voz irritado. “O que foi agora?”
“Hackeou meu telefone?” O sujeito foi direto ao ponto, fervendo de raiva.
Stephan não esperava que ele fosse descobrir tão rápido.
Estava surpreso, mas fingiu um tom de voz frio, tingido de desapego. “Tem alguma evidência de que fui eu?”
Stephan conhecia Cristiano bem o suficiente; não havia como ele deixar alguém como Kaique descobrir.
“Acabei de ser solto e só você sabia disso. Não entrei em contato com mais ninguém, só você e minha irmã. E ela não ia tentar me monitorar, certo?”, disse Kaique com uma raiva reprimida.
“Não entrou em contato com mais ninguém? Você e sua irmã acham que sou idiot*?”, escarneceu Stephan, contrariando-o.
Kaique ficou em silêncio por um momento. Depois de uma pausa, disse: “Pela maneira como está se comportando, planeja cortar laços conosco?”
“Por que não posso cortar laços com pessoas gananciosas? Ou será que você e sua irmã pretendem ficar na minha cola pelo resto da vida?”, ridicularizou.
“Já fiz o suficiente para que você deva tanto a minha irmã quanto a mim, não apenas nesta vida, mas em várias outras! Quer mesmo fazer isso? Me jogando fora depois de me usar!”, o sujeito repreendeu com raiva.
“Kaique.” A voz de Stephan de repente ficou leve.
Era arrepiante e transmitia indiferença. “Desde o momento em que você me encontrou, gastei muita grana com sua irmã. Quer que eu faça a conta?”
“Não é uma quantia que se ganha apenas salvando a vida de uma pessoa qualquer”, continuou Stephan.
Costumava valorizar a dívida que tinha com Kaique por salvar sua vida, mas descobriu que pensar dessa maneira era autossabotagem.
O tempo todo, o homem usava aquele argumento para manipulá-lo.
Preocupava-se com o que Kaique tinha feito por ele, por isso evitava qualquer discussão. Porém, isso só o tornou mais ousado.
“Mas se eu não tivesse te salvado...”, recomeçou ele.
“Insistir no passado é produtivo?”, interrompeu Stephan. “Será que todos que tiveram suas vidas salvas por alguém devem um valor tão alto ao seu salvador que têm de fazer o que eu faço?”
“Minha irmã quer se casar com você. Tudo o que peço é que concorde com essa condição e não vou incomodá-lo com estas ligações de novo”, falou Kaique com teimosia.
Stephan deu uma risada zombeteira. “Quando enviou sua irmã até mim, não disse que eu precisava me casar com ela.”
Devia ter dado dinheiro a eles desde o início, nunca devia ter me envolvido.
“Depois de terminar, lembre-se de escovar os dentes”, lembrou Stephan com um sorriso, dirigindo-se para seu quarto.
“Não sou uma criança, você sabe”, murmurou para si mesma, fechando a porta.
Prestes a abrir a embalagem do sorvete, seu celular tocou.
Ao ver que era Larissa, sentiu uma pontada de irritação.
Ela atendeu. “Oi.”
“Meu primo disse que precisa falar com você sobre algo urgente, pode falar com ele?” A moça falou rápido, como se temesse que Anastasia pudesse recusar.
A estilista perguntou: “Ele mencionou qual é a questão urgente?”
“Parece que se trata de seu sequestro”, respondeu Larissa.
“Passe para ele, então”, concordou Anastasia.
Não esperava que o ocorrido ainda estivesse sob investigação.
Larissa entregou o celular a Jorge.
“Sra. Quinn, você está sozinha, certo?”, perguntou Jorge em voz baixa, soando bastante misterioso.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O preço do recomeço
O livro está como concluído, mas não está completo. Lá no Taplivros ele vai até ao 1012...
Bom dia, você não vai liberar mais capítulos?...
O livro é bom, mas tem mais capítulos?...
Ainda irão publicar os capítulos?...
Amando a história e ansiosa pela continuação........