O Egípcio romance Capítulo 66

Saímos do quarto. O palácio é tão grande, cheio de áreas de descanso, que para mim ainda é um labirinto. O sol foi embora, dando lugar à noite. O palácio inteiro está bem iluminado e parece mágico.

Segui Hassan até a sala de jantar. A família já está toda reunida em volta da mesa baixa. No lugar de cadeiras, almofadas grandes e confortáveis.

Abiá, que está colocando a mesa, fala algo em árabe para Hassan. Ele traduz para mim.

— Ela disse que o jantar já está servido. E espera que sua comida a agrade.

— Diga a ela que gosto da comida egípcia, é claro que irá me agradar.

Hassan fala para ela, e ela sorri para mim.

— Vem, habibi. Sente-se aqui.

Hassan me orienta a sentar ao lado das mulheres, e ele ocupa um lugar ao lado dos homens, do outro lado da mesa.

Com acenos de cabeça, vou afirmando ou negando se quero ou não a comida que as tias de Hassan me oferecem. Ele ri ao lado dos primos, parece um menino entre eles. Logo que todos os pratos são servidos, o silêncio impera na mesa.

A comida é deliciosa. Não sei que carne estou comendo, mas é diferente de tudo que já comi. As especiarias com que ela foi temperada são algo diferente e dão um gosto todo especial. Dois temperos, eu identifico na comida, a pimenta e o gengibre.

Logo que terminamos o jantar, me ofereço com gestos que irei ajudá-las a retirar tudo da mesa. Elas acenam um sim com um sorriso quando finalmente me entendem.

Hassan, quando me vê trabalhando com elas, sorri e se afasta com os homens. Eles vão em direção a alguma área de descanso.

Tão logo ajudei as mulheres a ajeitar tudo, Hassan surge na cozinha com uma criança de 4 anos em seu colo chorando. A cena é linda. O menino tem os cabelos negros iguais aos de Hassan, a tez bronzeada. Parece que ele está segurando nosso filho no colo.

Mas sei que não será tão cedo. Estou tomando anticoncepcional sem Hassan saber. Quero muito curtir nosso casamento antes. Acho muito cedo ainda. Não quero brigar com ele, Hassan está louco para que eu engravide. Se acha velho e não quer esperar. Pensei em dar uns seis meses e aí eu paro de tomar os remédios.

— Isis, abnak — “seu filho”, Abiá avisa quando vê a cena também.

A mãe do menininho para o que está fazendo e, deixando tudo, retira a criança do colo de Hassan.

— Shukraan — “Obrigada”, ela diz.

Quando ela sai com ele nos braços, eu me aproximo de Hassan. Ele fala em árabe comigo, eu não entendo nada. Ele sorri se dando conta disso.

— Allah! Perdoe-me. Os homens estão combinando de fazer uma festa de boas-vindas amanhã à noite.

— Seu povo gosta muito de festa.

Suas mãos acariciam meu corpo, os cabelos e a minha cintura enquanto eu experimento a explosão de sentimentos, misturados ao desejo que tenho por esse homem.

Hassan começa a tirar tudo que atrapalha para que minha pele nua entre em contato com a dele. Ele adora a maciez dela. Eu o ajudo, tirando tudo. Logo somos como labaredas de fogo, paixão.

Entre beijos e abraços, escuto meu nome misturado às palavras em árabe.

Ah, como eu amo esse homem! Sei que são palavras de amor, mesmo que eu não saiba a tradução. Seus olhos são transparentes, e eles expressam amor.

O homem árabe é diferente, ele não fala palavras vulgares na cama, sei disso por causa de uma matéria que li sobre eles há quinze dias.

Eles abominam isso.

Para eles, o sexo não é somente a entrega do corpo, e sim da alma.

Os mais moderninhos que fazem sexo por sexo são árabes que não estão presos aos costumes, como Hassan era. Mas estes, ainda assim, preferem não dizer absolutamente nada nessa hora, apenas se satisfazem com suas desconhecidas, desconectados de qualquer emoção. E, quando fazem, geralmente se sentem vazios e mal depois, pois sabem que estão contra os ensinamentos, usando o sexo como algo carnal.

Outra coisa: o homem árabe detesta a fama de mulherengo, pois é malvisto pela família. Quando li essa matéria, entendi por que o pai de Hassan atrelou a herança de Helena com o casamento de Hassan.

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