Novo Começo, Nova Vida romance Capítulo 1576

Houve uma vez em que ela conversou casualmente com um colega da mesa ao lado durante o expediente, e Mateus acabou flagrando a cena, registrando-lhe, sem hesitar, uma advertência grave.

Ao lembrar desse episódio, ela sentia raiva a ponto de ranger os dentes.

Se não fosse por Ricardo Oliveira trabalhando no Grupo Faria naquela época, ela já teria pedido demissão; jamais teria suportado tamanha humilhação.

Assim que Cecília se sentou, Leila lhe serviu uma tigela de arroz e a colocou à sua frente. Cecília disse a Leila: “Leila, hoje à noite tem mingau? Não estou com vontade de comer arroz.”

Leila respondeu: “Desculpe, Sra. Cecília, hoje à noite não tem mingau, só arroz mesmo.”

“Então deixa pra lá.” Cecília respondeu assim. Na verdade, ela queria pedir para Leila preparar um pouco de canja de ninho de passarinho, mas com Mateus presente, ela não ousou fazer nenhum pedido, engoliu as palavras e ficou quieta, comendo em silêncio.

O cardápio daquela noite era simples: apenas cinco ou seis pratos, nenhum dos quais lhe agradava. Pelo contrário, ficava claro que eram os preferidos de Paola.

Tinha carne bovina com pimenta, carne suína refogada, ovos de pato com pimenta, peixe amarelo, costela de porco ao molho, e sopa de ovo com couve fermentada...

Ao ver esses pratos, ela imediatamente perdeu o apetite.

Gente do interior era mesmo gente do interior, como podiam gostar de sopa de couve fermentada? No depósito de cem metros quadrados atrás da mansão da família Faria, que iguarias do mundo havia ali? Paola, aquela garota maldita, gostava mesmo de sopa de ovo com couve fermentada? E ainda comia aquela carne suína refogada?

Dentre todos aqueles pratos, apenas a carne bovina e o peixe amarelo pareciam dignos de sua atenção.

Então, ela estendeu os hashis para pegar um pedaço de peixe amarelo, mas antes que conseguisse tocar no peixe, Mateus pegou o prato inteiro e o colocou bem na frente de Paola, dizendo: “Paola, isso tudo é seu, coma devagar.”

Os hashis de Cecília ficaram suspensos no ar, e por um bom tempo ela não soube como reagir.

Aqueles dois eram mesmo uns canalhas.

Aquele prato de peixe amarelo tinha pelo menos dez pedaços. O que custava ela pegar um para comer? Era muita falta de consideração.

Naquele instante, ela desejou mesmo arremessar a tigela na cara daqueles dois, especialmente na de Paola, e ainda usar os hashis para furar os olhos dela, só assim aliviaria a raiva que sentia.

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