Malu narrando
Antes de sair, eu olho para Kaio.
- Se eu te pedir uma coisa – eu falo para ele – você faria?
- Depende o que for – ele fala.
- Deixa eu ver minha mãe – ele me encara.
- Não – ele fala – seria contra a regra.
- Por favor Kaio, sargento Kaio – eu olho para ele – eu estou me sentindo sozinha, com medo, eu não tenho para onde fugir. Eu estou fazendo tudo conforme você está me pedindo, eu só quero ver a minha mãe, uma única vez. – ele me encara bem sério – por favor.
- Eu vou ver o que eu consigo fazer – ele fala e eu sorrio fraco assentindo.
- Outra coisa. – eu falo
- Pode falar – ele fala.
- Você tem certeza que Perigo não vai sair da cadeia enquanto eu estiver no morro? – eu pergunto.
- Eu te dei a minha palavra que ele não vai voltar – ele fala – eu não vou tirar de onde ele está até que você saia de lá. Não precisa ficar com medo, ele não encosta mais um dedo em você.
- Ok – eu falo para ele.
- Mais alguma senhorita Maria Luiza? – ele pergunta.
- Eu acho que não – eu falo.
- Tem um carro te esperando lá fora – ele fala.
- Na verdade tem sim – eu falo e ele me encara.
- Pode falar – ele fala.
- Para onde eu vou depois que tudo isso acabar? – eu pergunto.
- Você pode escolher alguns lugares e vamos ver qual é o lugar mais seguro – ele fala – para você.
- Entendi – eu falo. – ta bom, boa noite.
- Boa noite – ele fala.
- Espera – eu me viro de volta e ele me encara com as mãos cruzadas. – Você consegue descobrir uma coisa para mim?
- Depende – ele fala.
- Qual era o envolvimento entre Fernanda e meu pai? – eu pergunto e ele me encara.
- Complexo – ele fala.
- Acho que é de mais isso – eu falo.
- Eu te aviso se conseguir algo – ele fala.
- Obrigada – eu falo. – agora é, boa noite – eu falo olhando para ele e ele assente.
- Boa noite – ele fala.
- Boa noite – eu falo e me viro para sair.
Eu entro dentro do carro e o carro me deixa no posto de saúde, eu subo para ir para casa do Rd, passo pela boca eles me vê , estava junto de Bn e Ph mas não diz nada. Eu encontro Fernanda na subida que apenas me encara e eu passo reto por ela.
Eu entro dentro da casa do Rd, subo para o meu quarto, tomo um banho e me deito na cama de camisola mesmo. Kaio quer que eu me envolva mais com Rd e pergunte ainda mais coisa sobre o meu pai porque assim ele poderia ter alguma resposta sobre aquelas mortes.
Eu coloco um vestido e desço a escada encontrando Rd, Ph, Bn e Julia na sala.
- Você acordou – Julia fala – vem, senta aqui.
Eles estão jogando video game.
- Achei que vocês só sabiam matar – eu falo
- Engraçada você – Rd fala.
- Estamos matando no video game – Bn fala e eu encaro vendo o jogo que estão jogando.
- E você está linda – ele fala.
- Cala boca – eu falo – toma jeito. Já que você veio, você pega a cerveja.
- Folgada – ele fala.
- A cerveja é para vocês – eu falo.
- Você não vai tomar? – ele questiona.
- Estou tomando calmante – eu falo e ele assente com a cabeça.
- Evita falar do pai de Julia, ela sofre muito sobre a morte dele – ele fala.
- Ele morreu de que? – eu pergunto.
- Uma explosão – ele responde.
- Ele era do crime? – eu pergunto.
- Não – ele responde – ele nem morava aqui no morro, Fernanda se separou dele quando ela ainda era pequena, ele morava na zona sul.
- E não levou a filha para morar com ele? – eu pergunto.
- Se ele tivesse levado, ela estaria morta também – ele fala – mas você já conheceu Fernanda.
- E cadê ela que não sabe que a filha está aqui com Ph? – eu pergunto.
- Mandei ela fazer uma missão no morro do alemão – ele fala – volta amanhã, Julia está aproveitando.
- O que ela é capaz de fazer se ela descobrir da relação dos dois? – eu pergunto.
- Ela manda a filha para um colégio de Freira na mesma hora – ele fala – ela tem pavor de imaginar Julia se envolvendo com alguém do crime.
Ele pega a cerveja e volta para a sala, eu pego as pizzas e levo o refrigerante e me sento ao lado de Julia e Rd.
Eles continuam jogando como se não houvesse um morro para cuidar e ameaças da policia invadir o morro a qualquer momento.
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