- O Sr. Joaquim mandou eu pegar as roupas.
- Não pegou já? - Melissa perguntou curiosamente.
Igor lançou um olhar de reprovação para Melissa:
- A senhora não podia escolher outras roupas? Por que não pegou outra em vez de mandar as roupas que a madame comprou?
A mulher que ele chamava de madame era a mãe de Joaquim, Nina Mesquita. Ela aparentava ser muito gentil com Joaquim, mas na verdade era bastante descuidada.
Melissa lembrou que aquelas roupas não eram do gosto de Joaquim, nem mesmo o tamanho estava certo.
Ele poderia muito bem ter jogado as roupas fora na hora.
- O Sr. Joaquim pediu para você não fazer birra e atrasar as coisas. - Disse Igor.
Melissa ouviu e, por alguma razão, achou meio engraçado, então perguntou:
- A Lorena disse que eu escolhi as roupas?
Ele acreditava em tudo que a Lorena dizia?
Igor não respondeu, apenas apressou Melissa.
Melissa escolheu um novo conjunto de roupas e entregou para Igor. Ela não soltou imediatamente, mas falou suavemente:
- Igor, você está há uns três ou quatro anos com o Joaquim, né? Sabe por que ainda é só um assistente? Você é bom em bajular, isso é certo. Mas, infelizmente, isso não é o que um assistente deveria saber. Aprenda com o nosso assistente Breno, ele pode te ensinar algumas coisas.
Joaquim tinha um assistente pessoal de alto nível, no entanto, ele era muito competente e foi enviado para negociar no exterior.
Por isso Igor foi transferido para lá.
Ouvindo as palavras dela, Igor ficou pálido e depois vermelho de raiva.
Melissa, que normalmente mal falava, ousou zombar dele na frente de todos.
Ele engoliu em seco, resistiu à vontade de retrucar e simplesmente resmungou friamente antes de sair.
Melissa riu levemente, sem se importar com a reação dele.
Quase na hora da visita, Melissa partiu para o Hospital Psiquiátrico do Sol para ver sua mãe, Cecília.
Embora chamado de hospital psiquiátrico, era mais como uma área de tratamento especializada, na verdade parte do maior hospital particular da Cidade R.
Era difícil entrar lá, Cecília só estava lá por causa das conexões da família Amorim.
Melissa empurrou a sua mãe para o pátio, contando a ela as últimas novidades de forma desconexa.
Cecília, como de costume, olhava fixamente para frente, sem qualquer reação.
Melissa suspirou, resignada, e segurou a mão de Cecília, a colocando sobre sua barriga.
- Mãe, tem um bebé aqui dentro. Mesmo que Joaquim diga que quer se divorciar, ainda quero ficar com ele. Você tem que acordar logo. Se não acordar, não vai poder me ajudar a cuidar do bebê.
Melissa se aconchegou levemente nas pernas de Cecília, sentindo falta do cheiro da mãe.
Ela não viu quando os olhos de Cecília piscaram levemente naquele momento.
- Melissa? - Uma voz surpresa veio em sua direção.
Melissa olhou para cima e viu um homem de jaleco branco se aproximando rapidamente.
O sol estava brilhando forte, Melissa semicerrava os olhos, sem conseguir identificar quem era.
Só conseguia sentir uma familiaridade inexplicável com sua figura.
Só então, quando a pessoa chegou perto, Melissa reconheceu quem era.
Era George Júnior, seu veterano da faculdade.
George tinha um sorriso gentil no rosto:
- Melissa, faz só três anos desde que nos vimos, você já não me reconhece mais?
Ele abriu os braços, sugerindo um abraço, como nos velhos tempos.
Melissa ficou surpresa por um momento, mas estendeu apenas uma mão, indicando um aperto de mãos.
George ficou um pouco desconcertado por um momento, mas então sorriu novamente:
- Esqueci, já não estamos mais na faculdade.
Ele apertou suavemente a mão dela e logo a soltou. Seus olhos passaram casualmente pelo anel de casamento em seu dedo.
Após uma breve conversa, Melissa descobriu que ele havia acabado de voltar do exterior. O diretor do hospital particular era o tio de George.
George sorriu levemente e apontou para Cecília, perguntando:
- E essa?
O sorriso de Melissa desapareceu:
- É minha mãe, há três anos, ela sofreu um trauma e ficou assim.
Um distúrbio de consciência?
Parecia ser muito grave, quase sem qualquer reação ao mundo exterior.
Que tipo de trauma poderia ser?
George reprimiu suas dúvidas, olhando para Melissa com um pouco de preocupação:
- Então, nesses três anos, você deve ter passado por muita coisa.
Ela parecia mais madura do que na universidade, com um olhar preocupado nos olhos.
Melissa balançou a cabeça.
- Está quase na hora, vou levar minha mãe para quarto.
Melissa não tinha o hábito de expor suas cicatrizes aos outros, então se levantou e se despediu.
O corpo balançou bruscamente devido a um movimento repentino.
George prontamente a segurou:
Humph. Que tipo de lugar era esse, que fazia alguém ficar tão feliz?
A sopa de carne de vaca com kimchi do restaurante era realmente deliciosa.
Refrescante e estimulante.
Melissa não tinha comido com tanta vontade há vários dias.
Ela até queria levar um pouco para viagem.
George achou engraçado:
- Levar comida para viagem estraga o sabor. Por falar nisso, você não costumava gostar de comida picante, como é que mudou de gosto?
Melissa sorriu:
- Não é bem uma mudança. É que esse kimchi é realmente delicioso.
Ela geralmente não gostava de comida picante, e até Joaquim mudou seu paladar por causa dela.
Não tinha jeito, a Melissa mandava muito na cozinha, os pratos que ela fazia eram uma delícia, era difícil alguém resistir.
Chegando em casa, Melissa acabou de colocar as coisas embaladas quando recebeu uma ligação da sua melhor amiga, Larissa Santiago.
- Melissa, tenho uma boa e uma má notícia. - Disse Larissa.
Melissa, um pouco cansada, se jogou no sofá.
- Diz aí.
- A boa notícia é que decidiram te escolher para desenhar os novos personagens de “O Castelo no Céu”. O pessoal do departamento comercial disse que já te enviaram o contrato.
Melissa se iluminou de alegria e pegou o computador rapidamente para verificar o contrato.
- E a má notícia? - Ela perguntou.
Larissa suspirou do outro lado da linha.
- A diretora de arte de “O Castelo no Céu” é a Lorena. Ela foi transferida para cá hoje. Se soubesse disso, talvez não tivesse te indicado para esse trabalho. - Resmungou Melissa.
Melissa se casou com Joaquim logo após se formar e desde então não havia trabalhado. Sua única paixão era a pintura. Seu estilo era mais oriental, não muito convencional, geralmente ela pintava ilustrações.
Larissa, ao entrar no projeto “O Castelo no Céu”, achou que o estilo de pintura de Melissa seria perfeito e a indicou para o trabalho.
Melissa sorriu levemente.
- Ah, deixa pra lá. Eu vi o contrato, o pagamento é bom. Não vou deixar que uma pessoa atrapalhe isso.
Ela sempre se esforçou para ganhar dinheiro. Por causa da doença de Cecília, ela sempre teve que segurar um pouco a grana da família Frota.
- Você tem certeza de que não se importa? - Perguntou Larissa.
- Não me importo. Se eu pegar esse freelance, quem vai imaginar que a pintora Cristal sou eu?
Enquanto falavam, a porta se abriu.
Joaquim entrou, com passos largos.
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