Cada palavra dela batia no fundo do coração dele, deixando-o sem qualquer chance de retaliação.
Dois anos após casarem, ela sempre foi mansa como um gatinho, e essa postura agressiva era uma novidade.
Os olhos dele escureceram.
Ele recuou, caminhou até a escrivaninha, puxou um cigarro e o levou aos lábios.
Ele não conseguia responder às perguntas dela.
Com um clique do isqueiro, ele baixou a cabeça e deu uma profunda tragada: "Você não queria trabalhar? Eu encontrei um emprego para você."
"Eu não preciso que você encontre um emprego para mim." Ela recusou friamente.
Ele deu mais uma profunda tragada no cigarro, exalando lentamente a fumaça cinza: "Parece que você também não quer ver sua mãe viva de novo."
"O que você realmente quer?" Ela sabia que Sandro Goulart não tinha boas intenções. Depois que ele a interpretou mal por ter dormido com Leandro Ferreira, ele provavelmente queria mandá-la para algum lugar obscuro: "Você quer que eu me prostitua?"
"Prostituir?" Ele pareceu ouvir uma piada: "Você sabe como agradar um homem, ou como se humilhar diante dele? Na cama, você é fria como um pedaço de madeira, quem gostaria disso?"
Ele não só desgostava dela como também a insultava.
Ela limpou as lágrimas com teimosia: "Então para onde você quer me mandar?"
"Mandar você para o norte de Myanmar doar seus rins, ou para Dubai fazer fraudes telefônicas, você conseguiria?" O homem, irritado, soprou fumaça de cigarro no rosto dela.
Ela tossiu duas vezes.
Levantando a mão para dispersar a fumaça: "Eu não consigo."
"Se não consegue, então vá obedientemente trabalhar." Ele pegou uma carta de emprego da escrivaninha e entregou a ela: "Amanhã vá se apresentar na empresa."
Gabriela Clara Morais olhou desconfiada para ele.
Só então abaixou os olhos para o papel.
Grupo Família Goulart, departamento de design.
Essas palavras pareciam queimar seus olhos, ela imediatamente devolveu a carta para Sandro Goulart: "Eu não vou para a Família Goulart."
Ele apagou brutalmente o cigarro que tinha na mão, agarrou seu braço, a pressionou contra o sofá, apoiando as mãos ao lado dela.
"Se você quer que sua mãe continue viva, vá trabalhar na Família Goulart. Se quer que ela morra, não vá. São duas opções, escolha."
Gabriela Clara Morais mexeu os lábios.
Era uma escolha entre duas opções.
Parecia que ela nunca teve uma escolha.
"Qual é o seu objetivo me fazendo trabalhar na Família Goulart?" Ela o encarou diretamente, e com aqueles olhos negros profundos como um abismo, ele estava tramando algo, ela não sabia o quê.
Ele soltou uma risada zombeteira: "Quero ver como você vai se encontrar com outros homens debaixo do meu nariz."
Então era por isso.
Ela olhou para o sarcasmo no canto dos olhos dele: "Se realmente tivesse essa intenção, não demoraria muito. Não dá para evitar."
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