Rui Lisboa segurava suavemente a cintura de Gabriela Clara Morais, enquanto os dois conversavam animadamente, seus risos ecoando na noite como uma melodia dissonante. A mão de Rui Lisboa, firme e possessiva, nunca deixava de tocar nela.
"Presidente Goulart, então, essa chave do quarto, devo...?"
Sandro Goulart, mordendo os dentes, disse com dificuldade: "Entregue-a, estou curioso para saber quanta coragem ele tem..."
Yasmin Pontes torceu a boca em um misto de desagrado e resignação. Rui Lisboa não era tolo; compreendia perfeitamente as implicações. Embora este sacrifício fosse autocolocado, se isso garantisse um projeto bilionário para a Família Goulart, valeria a pena. Afinal, Sandro não amava Gabriela Clara Morais.
"Entendido."
Yasmin Pontes, carregando uma pasta executiva e vestindo uma roupa formal de escritório, apareceu diante de Rui Lisboa e Gabriela Clara Morais. Ela sorriu gentilmente, retirou um contrato de transferência de terra de sua pasta e o entregou a Rui Lisboa: "Presidente Lisboa, com toda esta sinceridade do Presidente Goulart, por favor, veja este contrato..."
Rui Lisboa afastou o contrato com um gesto de desdém, levantando o queixo: "Estou conversando sobre algumas coisas interessantes com Gabriela. Podemos falar sobre isso depois."
"Presidente Lisboa, dê uma olhada, há coisas neste contrato que podem surpreendê-lo."
Yasmin Pontes deu a dica. Rui Lisboa a captou, baixando os olhos: "Então vou... dar uma olhada."
Pegando o contrato, a primeira coisa que viu foi a chave de um quarto de hotel de luxo no Rio de Janeiro e a soma exorbitante envolvida. Ele entendeu o recado, sorrindo e fechando o contrato: "A intenção do Presidente Goulart eu entendi. Vender o terreno para alguém é inevitável, mas vender para o Presidente Goulart me deixa mais tranquilo. Secretária Yasmin, agradeça ao Presidente Goulart por mim, por me dar um presente tão generoso."
Dizendo isso, seu olhar voltou a se fixar no rosto de Gabriela Clara Morais, deslizando ousada e lentamente para o seu peito...
"Presidente Lisboa está brincando. Desde que esteja feliz, estamos todos felizes." Yasmin Pontes sorriu, mas havia um leve tremor em sua voz, denunciando o desconforto que tentava esconder.
De repente.
Ele respirou fundo duas vezes. Pegou um cigarro, colocou nos lábios e baixou a cabeça para acendê-lo. Seu peito parecia estar em chamas, e seu coração era como se estivesse firmemente agarrado por uma mão invisível, sufocando. Antes mesmo de terminar o cigarro, ele voltou a pisar no acelerador, virou o volante e dirigiu de volta para a entrada do evento.
O carro de Rui Lisboa ainda estava lá. Sandro Goulart subiu a janela e ficou observando fixamente a saída do evento, sem piscar. Não se sabe quanto tempo se passou. Gradualmente, as pessoas começaram a sair do evento.
Rui Lisboa parecia estar um pouco bêbado. Ele passou um braço em volta do ombro de Gabriela Clara Morais e, com a outra mão, gesticulava, sem saber ao certo o que estava dizendo. Gabriela Clara Morais gentilmente segurava sua cintura, com cuidado e ternura, ajudando-o a entrar no carro, antes de sentar-se também.
“Merda.”
Sandro Goulart bateu fortemente no volante.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Não É Isso Você Querer? A Minha Morte.