Finalmente, Bruno marcou um encontro com Paloma Lemos no Pavilhão dos Tesouros.
O Pavilhão dos Tesouros ficava não muito distante da Rua das Antiguidades, ocupando o espaço equivalente a metade de uma rua.
O escritório ficava ao lado da loja, também apresentando um charme antigo, o que era bastante atraente para artesãos como Paloma.
Ela chegou um pouco cedo, mas todos já tinham saído do trabalho, deixando o edifício inteiro em silêncio, com o som ocasional de sinos de vento.
Numa era de paz e prosperidade, os ricos adoravam colecionar antiguidades, adquirindo peças do Pavilhão dos Tesouros que quase sempre valorizavam cerca de 30% a cada ano, com alguns chegando a ver suas coleções valorizar em 300% em seis anos.
Para eles, isso representava um investimento sem perdas, permitindo que o Pavilhão dos Tesouros mantivesse sua existência discreta e misteriosa mesmo numa era tão avançada tecnologicamente.
Ao entrar, Paloma foi imediatamente atraída por um vaso de cabeça de alho decorado com flores coloridas no hall.
Alguém se aproximou e disse, "O que está olhando, entende algo disso?"
Paloma levantou a cabeça e viu que era João Neto.
Desde a última vez que ela o fez parar na delegacia, ele ainda não tinha se vingado, e agora a tratava com desdém.
Paloma não entrou no jogo dele, respondendo calmamente: "Sim, é muito bonito."
João riu com desprezo. A peça era um artefato histórico famoso, cujo par estava exposto no Palácio Antigo.
Para ele, ela, que cresceu no campo, só poderia apreciar a beleza superficial.
De repente, Paloma perguntou: "Esse vaso foi restaurado?"
João ficou secretamente surpreso. A habilidade do Mestre que realizou a restauração era incomparável, de modo que não era possível perceber a olho nu.
Ele presumiu que ela havia ouvido falar disso para tentar se exibir.
Ele resmungou, "Quando o avô Coelho o adquiriu, estava quebrado em vários pedaços, e nenhum Mestre da área conseguia consertá-lo. No final, foi só através de muita procura que o Prof. Moura da Universidade Capital encontrou um eremita para restaurá-lo—"
Abaixando a voz, ele acrescentou misteriosamente, "Avô Coelho o comparou com o do Palácio Antigo, e eram praticamente idênticos. Aquele Mestre, verdadeiramente, é um dos melhores."
Bruno, que se aproximava, não conseguiu conter uma risada ao ouvir isso.
Levou alguns segundos para João entender, tremendo de raiva, "Você, uma criatura rústica e grosseira. Você não se compara a Helena, não é digna nem de lhe carregar os sapatos."
Vendo a situação escalar, Bruno rapidamente interveio e levou Paloma embora.
João continuou gritando atrás deles, "Se não fosse por você, eles já seriam um casal perfeito, você é uma praga."
Bruno, com uma expressão de exasperação, tentou consolar Paloma, "Senhora, o Sr. Neto bebeu demais, não leve a mal o que ele diz."
Paloma apenas respondeu com um "bem" e pediu a caneta.
"Não trouxe comigo, espere no escritório um instante, irei buscar agora mesmo."
Paloma achou-o bastante estranho, mas não tinha o que fazer, só lhe restava entrar.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Não Culpe Minha Partida, Sem Sentir Seu Amor
Nossa que chato, pq não excluem esse sem final!!...
Não terá mais atualização??...