Tio Paulo ainda estava sorridente, recusando-se a mencionar o incidente no bar da última vez.
Paloma entregou a ele os suplementos que havia comprado, "Tio Paulo, me desculpe por ter envolvido o senhor daquela vez."
"Ora, isso não é nada. Quem trabalha no nosso ramo, está sujeito a tudo. Não leve a sério."
Paloma sorriu, grata, e então perguntou: "Tio Paulo, eu estaria procurando por uma caneta de pelo de marta de qualidade superior, você teria?"
Tio Paulo acenou com um ar de mistério: "Veja só, tenho uma aqui sim, pura marta, difícil de encontrar no mercado."
A visão da caneta iluminou os olhos de Paloma.
Com a ponta afiada e resistente, o cabo grosso e reto, uma caneta dessa qualidade era quase uma raridade. Fausto, no passado, possuía uma, mas infelizmente a danificou e lamentou por muito tempo.
Naquela época, ela o admirou, também pensando em encontrar uma idêntica para ele, mas foi em vão.
Agora, ela encontrou uma, mas já não queria mais dar a ele.
"Embale para mim, por favor. Se o dinheiro não for suficiente, eu adiciono."
Tio Paulo riu: "Está mais do que suficiente. Não gastei muito para adquirir essa caneta. Vou lhe fazer um preço de amigo. Afinal, é difícil encontrar alguém com sua habilidade em restaurar pinturas antigas e Caligrafia como você."
Enquanto conversavam, um alvoroço começou do lado de fora.
Tio Paulo mudou instantaneamente sua expressão amena para uma de irritação, o rosto vermelho de raiva, e correu para a porta gritando: "Não adianta nem tentar, mesmo que destruam a loja, nosso patrão não vai vender."
Paloma estava prestes a perguntar o que estava acontecendo quando um grupo invadiu a loja, liderado por... Fausto.
Eles se encararam, e Paloma desviou o olhar, sem querer dar-lhe atenção.
Fausto, no entanto, notou imediatamente a caneta de pelo de marta em suas mãos.
Faltavam apenas alguns dias para o seu aniversário.
Ela falava em divórcio, mas ainda assim preparava uma surpresa para ele secretamente.
Fausto sorriu, a irritação da noite anterior dissipando-se um pouco, e se aproximou com uma leve reverência, "Sra. Coelho."
Paloma olhou por cima do ombro dele, "O que vocês estão fazendo aqui? Vão demolir a loja?"
Ele não respondeu, mas Bruno, atrás dele, apressou-se em dizer: "Minha senhora, por que diria isso? Somos cidadãos que respeitam a lei. O governo autorizou a construção de um museu aqui, e as lojas da região podem se mudar para o nosso centro comercial de Antiguidades do Grupo Coelho, mais centralizado e conveniente. É uma política de ganho mútuo que a maioria dos comerciantes aceita, exceto por um ou dois resistentes."
Após dizer isso, acenou com a mão e Bruno, junto com os outros, se dirigiu a outra loja.
Vendo-os se afastar, Tio Paulo rapidamente pegou seu celular: "Chefe, a Srta. Lemos esteve aqui hoje."
Do outro lado da linha, uma voz masculina profunda respondeu: "Ela ainda está aí?"
"Não, ela comprou a caneta de pelo de marta e saiu com aquele Senhor da família Coelho."
O homem do outro lado da linha riu friamente, "Fausto, né? Esse canalha."
"Acho que ele e a Srta. Lemos são marido e mulher."
O homem murmurou profundamente, "Provavelmente não será por muito tempo, finja que não sabe de nada, faça o que tiver que fazer."
...
Nesse momento, Fausto ajustava sua gravata, o olhar alternando entre o rosto dela e o pincel, indeciso entre a luz e a sombra.
Após um longo momento, ele finalmente falou, "Paloma, não há nada que você queira me contar?"
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Não Culpe Minha Partida, Sem Sentir Seu Amor
Nossa que chato, pq não excluem esse sem final!!...
Não terá mais atualização??...