Minha Noiva É Uma Grande Chefe romance Capítulo 664

Do lado de fora, Luciana não tinha a intenção de ouvir a conversa dos dois, mas acabou por ouvir o diálogo deles por acaso.

Inesperadamente, Nereu, que sempre se comportava como um verdadeiro libertino, parecia completamente perdido diante de Nair.

Aquela conversa era completamente sem sentido.

Luciana olhou para Nair através da janela de vidro.

Parecia que Nair tinha uma enorme dificuldade em compreender os sentimentos, como se realmente não entendesse do que se tratavam.

Para o Sr. Velho Sampaio, o que sentia não era laço familiar, mas uma gratidão que precisava ser retribuída.

Em relação a Nereu, havia um amor incipiente, mas completamente incompreendido.

Não era obcecada como Zenilda em se tornar a senhora da família Sampaio, nem tinha um amor exclusivo por Lázaro como ela própria tinha.

Até mesmo a pessoa mais desatenta não seria assim, certo?

"Em que está pensando?"

De repente, Lázaro apareceu atrás dela, trazendo nas mãos uma caixa de bolo de morango.

Luciana virou-se e se apoiou parcialmente em Lázaro, apontando preguiçosamente para dentro do quarto de hospital, "Eles estão fazendo juras de amor na frente da minha mãe."

Lázaro, com um braço ao redor da cintura de Luciana, sentou-se na cadeira e a colocou cuidadosamente em seu colo.

"Não, eles ainda não se amam, não podem se exibir assim."

Luciana soltou uma risada ao ouvir isso, "Se Nereu ouvisse você dizer isso, ficaria ressentido."

"Não importa, somos todos uma família." Lázaro apoiou o queixo no ombro de Luciana, passando os braços ao redor de sua cintura, e desatou a fita da caixa de bolo de morango.

Suas mãos brancas e longas, em contraste com o bolo de morango, brilhavam ainda mais.

Apoiada em Lázaro, Luciana, com os olhos brilhantes ligeiramente erguidos, refletia o perfil delicado de Lázaro, "Tio, está preocupado com algo?"

Lázaro hesitou por um momento, sem negar.

Luciana sempre conseguia perceber suas preocupações nos menores detalhes.

Lázaro cortou um pedaço do bolo de morango e o levou à boca de Luciana, "Está tudo bem, hoje transferi o Clodoaldo, ele perguntou sobre o avô."

Luciana não pegou o pedaço de bolo que Lázaro trazia à sua boca, em vez disso, segurou seu pulso e levou o bolo à boca dele.

Em seguida, Luciana abraçou o pescoço de Lázaro, protegendo-o em seus braços.

"Tio, fique feliz, vou compartilhar meu bolo de morango com você."

Lázaro ficou surpreso por alguns segundos, e então sorriu.

Se Luciana estava disposta a compartilhar seu bolo de morango com ele, como ele poderia continuar triste?

"Sim, já estou feliz."

Lázaro, inclinando ligeiramente a cabeça, deu um leve beijo nos lábios de Luciana, uma prova de amor, sem ultrapassar os limites.

Alguns beijos não precisam ser ardentes para expressar um amor profundo.

Nesse momento, Nereu abriu a porta e deparou-se com essa cena.

Ele suspirou profundamente e sentou-se desanimado ao lado deles.

Afinal, ela nunca tinha visto Zenilda e Nair interagindo, nem ouvido alguém mencionar isso.

Nereu assentiu, "Sim, na família Sampaio, a pessoa que Zenilda menos queria provocar era a Nair, caso contrário, ela não teria planejado mandar a Nair para longe da família Sampaio."

"O que aconteceu?" Luciana perguntou.

"Quando a Nair chegou à nossa casa, eu tinha seis anos e ela tinha mais ou menos um ano, da mesma idade que a Luciele. Uma bebê tão pequena que não chorava nem fazia alarde, até mesmo quando caía ao tentar andar, não chorava. A Luciele queria brincar com ela, mas ela nem ligava, até chegava a empurrar a Luciele com desprezo."

"Naquela época, nós, os irmãos, pensávamos que talvez a Nair fosse tímida, mas anos depois ela continuava do mesmo jeito, só que não empurrava mais a Luciele. Depois, quando a Zenilda chegou à nossa casa, como toda criança, gostava de seguir a irmã mais velha. Zenilda imitava tudo que a Luciele fazia, e ao ver que a Luciele era próxima da Nair, tentou se aproximar dela também."

"Naquele ano, eu tinha acabado de entrar no ginásio e a Luciele não estava. Só estavam a Nair e a Zenilda. Vi a Zenilda tentando brincar com a Nair com um passarinho. O passarinho bicou a Nair, que reagiu matando-o imediatamente. Ao ver a Zenilda chorar, ela a empurrou e foi ficar sozinha, sem expressar nenhuma emoção."

Ao contar essa história, o rosto de Nereu não mostrava terror, apenas uma certa tristeza.

Por um momento, Lázaro refletiu, "Nereu, você não vai me dizer que gosta da Nair só porque ela é fria e sem coração, né?"

"Claro que não!" Nereu fez um gesto ameaçador em direção a Lázaro e continuou, "Depois, quando a Luciele voltou e soube do que aconteceu, foi falar com a Nair. Não sei o que disseram, mas a Nair acabou pedindo desculpas à Zenilda. Mas, desde então, a Zenilda nunca mais ousou se aproximar da Nair, cresceu com medo dela."

Luciana acenou pensativamente, "E o que aconteceu depois? Como a Nair mudou?"

Nereu esfregou o queixo, seus olhos brilhando com admiração, "Não sei os detalhes, mas a Luciele sempre teve paciência com a Nair, independentemente do que ela fazia, a Luciele estava sempre ao seu lado. Mas o que mais me marcou foi no Halloween, quando estávamos assistindo a filmes de terror, era o 'Jogos Mortais', muito sangrento. Até a Luciele estava se escondendo atrás de um livro, mas a Nair não desviava o olhar, assistiu tudo sem piscar. Naquela hora, pensei que a Nair era demais!"

Lázaro comentou com sarcasmo, "Então, no fim, você ainda acha que ela é legal?"

"Ah, cala a boca!" Nereu não conseguiu se conter e deu um chute em Lázaro, que conseguiu desviar.

Finalmente, Luciana entendeu, "Transtorno de afeto."

"Transtorno de afeto? O que é isso?" Nereu perguntou.