Minha Morte!Sua Loucura! romance Capítulo 637

“Nisa, você é de Cidade Montanha?” Pelo caminho, Fabiano tentava me sondar, tanto intencionalmente quanto não.

“Sim, irmão, mas vim para Cidade Labirinto quando tinha treze anos, não tenho muitos parentes, meus amigos estão todos em Cidade Labirinto.” Eu fazia questão de deixar escapar um pouco do sotaque de Cidade Montanha enquanto falava.

Com meu esforço em falar um português neutro, Fabiano se mostrava mais relaxado.

Ele sorriu e assentiu. “As mulheres de Cidade Montanha são todas lindas, altas e elegantes, eu adoro as meninas de Cidade Montanha.”

Eu sorria ingenuamente. “Obrigada, irmão.”

Por dentro, eu ria com desdém. Gostar das meninas de Cidade Montanha... Justamente porque são bondosas, representam a maioria dos desaparecidos.

“Esse caminho, passando pela área desabitada, é muito perigoso. Se algo der errado, podemos perder vidas, você não tem medo?” Fabiano perguntou.

“Não tenho medo, com você aqui, irmão. Endrigo disse que você cuidaria de mim, e além do mais... Endrigo tem sido muito bom comigo, pediu para eu cuidar bem de você.” Eu hesitava, insinuando que Endrigo havia me dado dinheiro.

Fabiano arqueou uma sobrancelha. “Esse garoto te tratou bem? Quanto ele te dá por mês? É suficiente? Se não for, eu dou mais, não se preocupe com dinheiro.”

Meus olhos brilhavam de excitação e inocência ao olhar para Fabiano. “Sério? Não, irmão, o que Endrigo me dá já é muito, ele me dá vinte mil por mês.”

Fabiano riu. “A Família Braga ainda não faliu para te dar vinte mil?”

Ele olhou para trás, rindo, como se achasse minha ingenuidade divertida, mas por dentro, ele provavelmente pensava como as meninas das pequenas cidades eram fáceis de enganar...

Com apenas alguns milhares, elas são ludibriadas.

Eu sorria bobamente, de forma pura e contida.

Provavelmente, minhas habilidades de atuação estavam no ponto, porque Fabiano parecia completamente enganado.

A caravana finalmente entrou na área desabitada ao anoitecer do segundo dia.

“Como podemos acampar aqui? Todos se reúnam, formem um círculo, e ninguém deve se afastar. Há lobos por toda parte, não queremos ser devorados.”

Todos saíram dos carros, e as meninas se espreguiçavam felizes.

Elas provavelmente não entendiam... que estavam em uma situação mortal.

Eu ficava perto da fogueira, olhando para o deserto infinito, procurando qualquer tipo de abrigo para me esconder.

Essas pessoas... todas carregavam espingardas nos carros.

“Dois, mas tem que ser perfeitos, todos os exames em dia,” Fabiano disse sorrindo, sem se importar com nossa presença.

Porque, além de mim, ninguém sabia do que Fabiano estava falando.

Eu comia meu pão integral, sentada de forma ingênua.

O que eles chamavam de "mercadoria perfeita" provavelmente eram as pessoas que seriam sacrificadas para a organização genética.

Isso significava que, das oito meninas, apenas duas sobreviveriam e seriam entregues à organização genética. O resto seria brutalmente assassinado na área desabitada...

E essas garotas, mesmo que morressem em uma área desabitada, ninguém se importaria.

Porque seus corpos desapareceriam sem deixar vestígios.

A polícia não teria por onde começar, ninguém saberia que elas entraram na área desabitada...

Com a habilidade de Fabiano e sua equipe de advogados competentes, mesmo que alguém os acusasse, não adiantaria, sem um corpo, não se pode abrir um processo, nem condenar alguém, só se pode tratar como um caso de desaparecimento.

Agora suspeito que, dentre as quase cem pessoas desaparecidas, muito poucas foram realmente levadas para a organização genética, o restante, provavelmente foi brutalmente assassinado.

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