Minha Morte!Sua Loucura! romance Capítulo 605

"Jorge, você tá louco, é?", esbravejou Nuno, irritado.

"Como é que você só cresce em idade, mas não amadurece? Se matar de carro, qual o sentido disso?"

Do quintal, vinham os resmungos de Nuno.

Eu e Robson estávamos na porta, espiando, quando vimos Nuno, furioso, agarrar Jorge como se pegasse um frango pelo pescoço e jogá-lo no gramado.

"…?" Meu rosto estava cheio de interrogações.

Jorge era bem mais velho que Nuno…

Aquilo parecia fora do lugar.

Mais estranho ainda era ver Jorge aceitando ser jogado no gramado sem se mexer, sem resistir, sem xingar…

Isso não era coisa do Jorge.

"Ele bebeu." Robson sussurrou para mim.

Era óbvio que Jorge tinha bebido.

"Você não vai falar nada? Ainda tem cara de beber até ficar assim." Nuno estava frustrado, coçando a cabeça.

Parecia dizer que mesmo crescidos, alguns não deixam de ser uma preocupação.

"Você só sabe me bulir!" Jorge, sentado no gramado e de cabeça baixa, gritou embriagado e com os olhos vermelhos para Nuno, como se… de repente liberasse toda a sua mágoa. "Se é tão corajoso, apareça como fantasma para me assustar, vá lá e acabe com eles, acabe com todos…"

Nuno parou por um momento, em silêncio.

Ele já tinha pensado nisso…

Como Robson disse, Júlio já quis acabar com aqueles valentões da turma dos prodígios, mas foi impedido por um grande incêndio.

"Qual é a história de Jorge com a turma dos prodígios?" perguntei baixinho a Robson.

Robson me pegou pela mão e me levou até o sofá.

Marcelo e Aline ainda estavam brincando com blocos de montar, algo que para eles parecia infantil, mas com o qual se divertiam imensamente.

"Então, quando ele foi chorando até Júlio, perguntando por que não tinha sido protegido, Júlio enlouqueceu… Ele queria matar."

Júlio quis acabar com aqueles que o maltratavam.

Naquela idade de fervor e ingenuidade dos dezessete, dezoito anos.

Júlio quase trilhou um caminho sem volta.

Foi o incêndio que consumiu tudo à sua volta.

Desde então, Jeferson se tornou mais recluso e estranho, culpando Júlio pela morte, por tê-lo deixado sozinho, e também culpando Robson…

Ele, ao mesmo tempo que invejava e desconfiava de Robson, também culpava Robson pela morte de Júlio, mas o temia.

"Jorge não sabia a verdade, por isso ele começou sendo hostil com você desde o início, por que você não se explicou?" Eu olhei para Robson, por que ele tinha que suportar a raiva injustificada de Jorge.

"Odiar alguém pode dar a ele a força para continuar." Robson me olhou, seu olhar era realmente intenso.

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