Minha Esposa Muda romance Capítulo 69

Flavia estava sentada no sofá, enquanto Thales, com uma toalha nas mãos, enxugava seu cabelo.

Ela estava pálida como um cadáver, a luz do teto incidindo sobre ela intensificava a brancura de sua pele.

O olhar de Flavia estava fixo no vazio, imóvel, enquanto Thales baixava o olhar para ela.

Mas ele não disse nada, continuou a secar seu cabelo.

Ele nem sequer perguntou o que havia acontecido na família Duarte, não se sabia se ele tinha adivinhado e preferiu não perguntar, ou se simplesmente não se importava com o que poderia ter acontecido lá.

Assim como da última vez, ele manteve-se em silêncio.

Não perguntou se ela estava sentindo dor.

Afinal, como uma muda poderia sentir dor?

Thales terminou de secar o cabelo, ela permaneceu na mesma posição, sem se mover.

Seus cabelos longos e macios caíam pelos ombros, fazendo sua palidez parecer ainda mais acentuada, como se ela pudesse desaparecer a qualquer momento.

Thales ficou parado atrás dela, sem dizer uma palavra.

Os dois permaneceram em silêncio.

Um toque repentino de mensagem no celular quebrou o silêncio, era o de Thales. Ele colocou o secador de lado, tirou o celular do bolso e se afastou para atender.

Flavia piscou, virando-se para vê-lo atender a chamada com uma expressão séria.

Ela desviou o olhar, abaixando os olhos para o próprio ventre, tocando-o levemente com os dedos.

Este filho, assim como ela, também não era bem-vindo.

Flavia fechou os olhos, sem chorar, talvez porque já não conseguisse mais.

Chorar só expressa tristeza, não desespero. O desespero é indescritível.

Quando Thales terminou a chamada, voltou para perto de Flavia, passou a mão em seu cabelo e disse: "Tente dormir cedo, tenho algo para sair."

Flavia levantou a cabeça, olhando para Thales com um brilho nos olhos, um sorriso pálido apareceu em seu rosto, e ela assentiu obedientemente.

Ela nunca conseguia salvar aqueles dois inocentes.

Flavia, com esforço, levantou-se do sofá, cambaleando até a caixa de medicamentos para pegar um analgésico.

Suas mãos tremiam ao abrir o frasco, e por causa do tremor, as pílulas se espalharam pelo chão.

Ela se ajoelhou, recolhendo os comprimidos um a um.

O suor frio escorria pela sua testa, grandes gotas de suor caíam nas palmas das mãos, molhando os comprimidos.

Ela colocou todos os comprimidos da mão na boca e os engoliu de uma vez, não se sabia se era pela amargura da medicação ou pela intensidade da dor, mas uma sensação de azedume subiu pelo seu peito, e ela se encolheu no chão, começando a chorar.

Ela estava deitada no chão frio, chorando inconsolavelmente, na imensa villa silenciosa, apenas o som da chuva batendo no vidro podia ser ouvido.

Não se sabia quanto tempo passou até que Flavia conseguiu respirar novamente, levantando-se do chão, seu olhar fixou-se em uma faca de cozinha não muito distante.

Ela caminhou até a faca, agarrando-a entorpecida.

A luz refletida pela lâmina iluminava seu rosto, enquanto ela olhava fixamente para a faca, imagens incontáveis pareciam passar diante de seus olhos.

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