Minha Esposa Muda romance Capítulo 1074

Thales balançou a cabeça, suspirando: "Não é que eu esteja buscando o seu perdão, é apenas que..."

Ele fechou os olhos, e sua voz se tornou mais baixa, "apenas sinto que, se não fizer algo, mesmo vendo-a, não poderei encará-la."

"Ela estar viva, já é suficiente."

"Pelo menos sei que ela está em algum lugar do mundo, falando, rindo, fazendo o que gosta."

Otávio acenou seriamente com a cabeça, "E se por um acaso você estiver errado, e ela não estiver viva..."

Antes que terminasse, Thales lançou-lhe um olhar fulminante.

Otávio, instintivamente, cobriu a boca e rolou para fora do sofá, dizendo, "Eu, eu vou alimentar o PretinhoBolinho."

Dizendo isso, ele saiu correndo, tropeçando pelo caminho.

Ao entrar na cozinha, deu um tapa na própria face, repreendendo-se pelo comentário infeliz.

Lucas já havia o advertido para não falar sem pensar, dizendo que dar a Thales alguma esperança de vida era bom, mesmo que ele procurasse por um, dois, dez ou até cinquenta anos.

Pelo menos, nesses cinquenta anos, ele estaria alimentando uma esperança, preferível a viver em desapontamento ano após ano.

Na verdade, sua busca não era totalmente motivada pelo desejo de fazer algo.

Pois nem ele mesmo estava completamente certo de que Flavia ainda estivesse viva. Se mobilizasse todos para procurá-la, e o resultado final fosse decepcionante, isso só aumentaria seu desapontamento.

Procurar sozinho era diferente. Se não encontrasse, ele se consolaria pensando que não havia procurado o suficiente, que, se não estava neste lugar, poderia estar em outro.

Thales desligou a televisão, fechou os olhos e se recostou no sofá, enquanto a neve pesada acompanhada pelo vento norte uivante lá fora era mais intensa do que no dia em que Flavia o deixou.

Desde então, ele passou a detestar os dias de neve.

Há seis meses, ela já podia se movimentar livremente. Marcelo a ensinou a dirigir, e o mais importante, a montar.

Nas planícies, onde havia cavalos por toda parte, era difícil resistir ao desejo de montar. Para ela, montar era mais agradável do que dirigir.

Ela visitou várias cidades próximas sem nunca tentar entrar em contato com Thales ou qualquer pessoa de São Siena, nem buscar notícias sobre ele, o que Marcelo sabia.

Nos mais de dois anos que viveram juntos, eles eram como companheiros de quarto familiarizados, sem muita intimidade.

Isso porque Flavia não conseguia aceitar a maneira como ele a havia levado embora.

Até esse momento, algo em seu coração se comoveu.

"Obrigada."

"De nada." Marcelo respondeu com um sorriso nos lábios, acrescentando: "Eu confio em você, o que você conseguiu nestes dois anos, conseguirá daqui para frente também."

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