Gilberto nem olhou para Bia, ele tirou a luva e falou:
- Não foi nada, é bem comum isso acontecer.
- Então está bem. - Andreia deu um suspiro.
- Vamos, agora é o trabalho da enfermeira. - Gilberto ficou olhando para ela.
Andreia lhe respondeu acenando de sim e foram embora juntos da ala de Bia.
No caminho de volta para a sala de consulta, Andreia perguntou:
- Gil, quando é que Srta. Bia consegue se curar?
- Você está bem preocupada com ela? - Gilberto empurrou os óculos acima da ponte de nariz e perguntou invés de respondê-la.
Andreia sorriu:
- Não é preocupação, acho que fiquei com pena dela depois de vê-la sofrendo tanto.
- Na verdade, ela já está quase recuperada, e pode ter alta depois de um tempo. - Gilberto colocou a mão dentro do bolso da bata branca.
- Isso é bom! - Andreia balançou a cabeça afirmando, - Você tinha falado de Srta. Bia para mim antes, vi hoje que ela é mesmo uma pessoa bem gentil.
- Gentil? - Gilberto franziu as sobrancelhas, passando-se uma zombaria pelos seus olhos.
Andreia virou a cabeça e olhou para ele:
- Que foi, estou errada?
- Não. - Gilberto negou com a cabeça.
Andreia ficou conversando com ele em sua sala da consulta por um tempo antes de ir embora.
Ao chegar ao Grupo Barisque Royale, Andreia foi entregar o cartão de memória para o fabricante de roupas e começou a trabalhar.
Ela foi para o pavilhão da moda à tarde para ver o ensaio dos modelos. Ela estava bem cansada de trabalhar o dia inteiro e ficou com dor na coluna.
À noite, a campainha tocou assim que Andreia acabou de fazer o jantar.
Ela colocou o prato na mesa, limpou a mão com avental e foi em direção da porta.
Após de abrir a porta, seus olhos ficaram arregalados de surpresa ao ver o homem que estava fora:
- Presidente Raviel.
Raviel deu um “sim” como resposta.
Andreia tirou a mão da maçaneta e fez um gesto para ele entrar:
- Presidente Raviel, entra, por favor.
- Não preciso, só vim pegar umas coisas aqui e queria te-perguntar se você ofendeu alguém nesses dias? - Raviel ficou olhando para ela.
Andreia franziu as sobrancelhas:
- O que você está dizendo?
- O assalto de ontem era premeditado, não foi um acidente, o ladrão que pegou sua bolsa acordou adiantado hoje à tarde, ele falou que alguém tinha dado para ele sua foto falando que talvez você tivesse grande soma de dinheiro.
- Dinheiro... - Andreia repetiu a palavra em voz baixa, em seguida conseguiu lembrar de algo e apertou a mão.
Ao ver seu jeito, Raviel apertou os olhos:
- Já sabe quem comandou tudo isso?
- Sim, foi Renata. - Andreia afirmou com a cabeça.
Ela contou o caso de encontrar com Renata ontem na loja de manutenção de carros, mas não falou a parte do Francisco.
Depois de ouvir, Raviel apertou os lábios e entrou em silêncio.
Ele não imaginou que a causa do assalto fosse porque ela fez chantagem em Renata.
Por isso que Renata fez vingança.
- Sua coragem... - Raviel mexia seus lábios, e no momento em que ia falar, o celular de Andreia tocou e o interrompeu.
Andreia ficou envergonhada e deu desculpas antes de levantar o avental e pegar o celular do bolso. Ela viu o identificador da chamada e atendeu:
- Oi, Eri.
- Andy, está acontecendo algo ruim. - A voz nervosa de Érika saiu do telefone.
A expressão de Andreia ficou séria:
- O que aconteceu?
Érika respondeu irritada:
- Você tinha transferido seiscentos mil para mim ontem de manhã, lembra? Então consegui fazer encomenda de um lote de máquinas à tarde. As máquinas foram entregues hoje, mas umas pessoas entraram sem permissão em nossa fábrica duas horas atrás e destruíram todas as máquinas!
- O quê? - Andreia apertou o celular, e sua voz saiu alta de repente.
Ao ver esse seu jeito, Raviel perguntou franzindo as sobrancelhas:
- O que aconteceu?
Andreia não o respondeu, apenas apertou os lábios e perguntou para Érika:
- De onde vieram aquelas pessoas?
- Não sei, mas por suas roupas, não pareciam ser os caras bons.
Andreia abaixou os olhos e pensou:
- Se não são os caras bons, então só podem ser malandros, cadê você?
- Estou na fábrica.
- Okay, estou indo aí.
Depois de desligar a chamada, Andreia segurou o braço de Raviel:
- Por quê?
Raviel foi até uma máquina, tocou numa peça e explicou com voz baixa:
- Dá para ver pelos vestígios dessas peças que todas foram removidas por ferramentas profissionais, algumas arestas foram até cortadas, o objetivo dessas pessoas era destruir totalmente essas máquinas.
- Presidente Raviel está certo, o técnico de instalação também disse que essas só podem ser vendidas como sucatas - Érika deu um sorriso amargo e falou.
Andreia disse com tanta tristeza:
- Por que está acontecendo isso...
São máquinas que custam milhões de dinheiros, e foram todos destruídos desse jeito.
- Quem fez isso?! - Andreia apertou os punhos com força, e suas unhas quase foram cravadas na carne.
Raviel olhou para sua mão, pressionou seus lábios com desagrado.
Nesse momento, o celular de Érika tocou.
Ela colocou o celular no lado da orelha:
- Alô, sou eu, está bem, estou vindo agora.
- Quem é? - Andreia perguntou.
Érika estava colocando celular de volta na bolsa e respondeu:
- É a polícia, falou que pegou duas pessoas do grupo que destruiu as máquinas, e me chamou para ir à delegacia, você vai Andy?
- Não vou, tenho que ficar aqui para tratar as máquinas. - Andreia disse esfregando as têmporas.
- Está bem, vou indo primeiro. - Érika balançou o braço e foi embora de pressa.
Andreia virou a cabeça e olhou para Raviel:
- Está bem tarde já, poderia voltar para casa primeiro, Presidente Raviel.
- Vou te esperar, não posso te deixar sozinha aqui - Raviel negou com cabeça.
Ao ouvir isso, o coração de Andreia ficou caloroso, então ela deu um sorriso gentil:
- Presidente Raviel, como você é uma pessoa boa!
Raviel fez uma tossida leve:
- Bem, vamos fazer a contagem dessas máquinas.
- Claro - Andreia respondeu e começou o trabalho.
Já eram quase nove horas quando terminaram toda a contagem.
Andreia pegou o celular, vendo que só tinha bem pouco de sinal quando estava prestes a ligar para a empresa de mudanças para retirar as máquinas da fábrica, ela disse com dúvida:
- Por quê?
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Mais do que paquera
Esse final não condiz muito com a estória, parece que está faltando páginas...
E Levi segue de otario na estória, Erika não tem responsabilidade afetiva nem por ela mesma vai ter por Levi?? E pra quer pelo amor essa gravidez nesse relacionamento?? Futura abominação o filho desses dois. Só sinto por Levi, pois parece uma boa pessoa....
Relacionamento muleta não dá certo, uma hora as muletas quebram 🤔...
Que a Erika é uma protagonista sem amor próprio já estava claro no decorrer da estória, mas fico me perguntando qual a intenção da autora com essa gravidez de um psicopata??? Uma Bia no futuro??? Não porquê se nascer com todo o genes do pai, será mil vezes pior que a Bia. Muito sem noção e totalmente desnecessária essa inclusão de gravidez para uma protagonista submissa a relacionamento abusivo. E ainda criou um otario para o felizes para sempre!! Isso é fazer o leitor de palhaço 🤡 🤡🤡🤡🤡🤡🤡🤡🤡🤡🤡🤡🤡🤡🤡🤡🤡...
É muito surreal e depreciativo criar e desenvolver uma protagonista que toma decisões da forma que a Andreia está fazendo, É a mesma coisa de chamar as mulheres de burras e sem noção da realidade...
Já li livros com protagonistas burras, mas igual essa Andreia nunca. Por mais que faça parte do mistério do livro é até uma ofensa às leitoras esse enredo de uma personagem sem noção do perigo para ela e para os filhos se colocando nas mãos de um louco....
Meu Jesus, me desculpe a autora mas a Andréia é muito negligente como mãe. Como deixar duas crianças de menos de 05 anos sozinhas??? E isso está ocorrendo desde o início do livro Ela ainda queria ficar no hospital deixando as crianças com fome Que mãe é essa em!...
O livro parece interessante mas os desencontros está ficando cansativo...