Mais do que paquera romance Capítulo 100

Chegando ao apartamento, Érika levou as duas crianças até a porta para recebê-la.

- Andy, você chegou.

- Mamãe, quero um abraço! - as duas crianças abriram os braços juntas para a mãe.

Andreia se agachou e os abraçou:

- Vocês obedeceram à madrinha?

- Sim - assentiram os dois com a cabeça.

Andreia esfregou os cabelos dos filhos:

- Então ótimo. Vão brincar no quarto. A mamãe precisa conversar com sua madrinha.

- Está bem.

Dando-se as mãos, eles voltaram para o quarto, restando apenas Andreia e Érika à porta.

Andreia trocou os sapatos e entrou na sala com a vizinha.

Trazendo-lhe um copo d'água, Érika foi logo perguntando, impaciente:

- E então, como foi? Deram um castigo em Judite?

Andreia sacudiu a cabeça:

- Não foi ela.

- O quê? Não foi ela? - exclamou Érika. - Então quem foi?

- Não sei, e por isso queria perguntar a você: é possível que sejam alguns de nossos amigos do exterior? - Andreia estava até salivando.

Érika pensou um pouco e objetou:

- Impossível. Não fiquei sabendo de eles terem entrado no país.

- É verdade - suspirou Andreia, sem dizer mais nada.

Não foi que ela tivesse muitos inimigos; além de Judite e Renata, havia também os colegas estrangeiros, porque o mestre a escolheu como a aprendiz, pois eles a detestavam, e era só isso.

Mas como eles não vieram à Areia Preta, não foi Judite, e Renata não tinha essa habilidade toda, pelo visto foi obra de algum inimigo de Raviel.

Enquanto pensava, Andreia beliscou a ponte de nariz, com dor de cabeça. Não era nada confortável estar envolvida em problemas alheios. À noite, depois de deixar novamente as crianças com Érika, ela colocou um vestidinho de festa e foi ao hotel participar do banquete de celebração do espetáculo do Nascido do Fogo.

Além dos funcionários do Grupo Barisque Royale, havia também a presença de críticos de moda e modelos, o que tornou o evento particularmente grandioso. Como designer-chefe deste projeto, a chegada de Andreia atraiu vários holofotes, e representantes de várias marcas comerciais que buscaram fazer contato.

Em apenas dez minutos, já havia uma pilha grossa de cartões de visita em sua mão.

- Srta. Andreia - Saymon apareceu de repente atrás dela, que colocou os cartões no bolso e olhou para ele:

- Saymon.

- O presidente falou para você vir - Saymon apontou para a frente.

A designer seguiu o olhar dele e viu Raviel ao palco, segurando um microfone e conversando com um garçom, que acenou com a cabeça.

- Entendi, já estou indo - ela partiu na direção de Raviel.

Ao se aproximar, disse suavemente:

- Sr. Raviel.

Olhando de lado, Raviel parou de falar com o garçom:

- Faz tempo que chegou?

- Já faz um tempinho. Como posso ajudar, presidente? - perguntou ela.

Raviel não respondeu. Só depois de ajustar o volume do microfone, ele se voltou para ela:

- É sobre a entrega de um prêmio - dizendo isso, pegou o microfone e andou até o palco.

Sua presença fez todos no salão ficarem em silêncio e voltarem os olhos para ele. Após limpar o microfone duas vezes, ele abriu levemente os lábios finos:

- Boa noite a vocês que vieram nos prestigiar neste banquete de celebração. Sabemos que o desfile foi um sucesso, e todos foram heróis. Com tantos heróis, as recompensas também não são poucas, e a primeira que eu gostaria de chamar para receber seu prêmio é Andreia Hoffman!

O público explodiu em aplausos. Andreia sorria no palco, ao lado de Raviel, que lhe entregou um cheque. Ela recebeu o cheque com as duas mãos e ficou espantada:

- Sr. Raviel, não é dinheiro demais?

Ela sabia que colheria muitos frutos depois do sucesso do grande desfile, mas não esperava que fossem um milhão de dólares!

- Não imagine coisas demais. Não há o menor lugar para você em meu coração.

Eduardo achou graça. Sorrindo, tirou os óculos e os limpou:

- Ah, é mesmo? Então quero ver se consigo achar meu lugar.

- Vá tentando o quanto quiser - o olhar dela era de frieza.

O diretor a encarou com olhos de águia. Depois de um tempo, sorriu e desviou o olhar:

- Vou tentar, sim. Mas agora vamos falar de negócios: Andy, fiquei sabendo que você não é funcionária formal do Grupo Barisque Royale. É isso mesmo?

Andreia assentiu com a cabeça:

- Sim, e qual é o problema?

Isso não era nenhum segredo, e ela não fazia questão de esconder.

Eduardo se inclinou para perto dela:

- Gostaria então de me acompanhar?

- O quê? - ela deu um passo para trás -, o que o senhor quer dizer com isso, diretor?

- Vou abrir minha própria empresa de roupas. Quero que você venha comigo. Basta aceitar, e o cargo de diretora de moda será seu.

Então é isso: ele quer roubá-la!

Andreia ajeitou o cabelo:

- Desculpe, Sr. Eduardo. Não tenho planos de mudar de emprego.

- Como não? Quer continuar trabalhando como uma mera designer para Raviel? - Eduardo apertou os olhos, um pouco descontente com a recusa.

Andreia mexeu os lábios se preparando para responder, quando então a voz de Raviel ecoou por trás dela:

- Ela não é uma mera designer. Com a habilidade que ela tem, o cargo de diretora de moda até será pouco para ela.

- Sr. Raviel! - Andreia virou a cabeça para olhar para ele, satisfeita.

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