Continuação...
Felipe
Ao se deparar comigo em sua frente, reparei o quanto ela ficou surpresa.
— Felipe?! O que você quer? — Interrogou mantendo a postura rude, mas o nervosismo também era notável.
— Sei o porquê não quer ir no passeio de lancha e tudo bem, é um direito seu e eu não vim para discutir isso! Acontece que nós vamos permanecer aqui por três dias e em alguma hora você terá que sair desse quarto. Então, já que estamos todos aqui, vamos manter a paz ao menos por esse fim de semana e tentar ter uma convivência no mínimo razoável. — Me empenhei em ser o mais educado possível e até que ela foi compreensiva.
— Tá... Por mim tudo bem! — Concordou passando a mão no cabelo e então dei o assunto por encerrado.
— Era só isso que eu queria falar… Com licença. — Virei as costas e deixei o local.
Ao chegar no porto, os outros já me esperavam impacientes.
— Será que podemos ir ou você tem mais alguma coisa para fazer? Daqui a pouco é hora de voltar e nós ainda nem saímos. — Ayla não hesitou em demonstrar sua chateação pela demora e todos rimos.
— Sim, podemos ir! — Proferi subindo no barco.
Gustavo foi para a cabine porque queria pilotar e a apressadinha da Ayla seguiu para a proa. Kate e eu permanecemos no bombordo.
— Ela está relutante mesmo … nem você conseguiu convencê-la! — Minha irmã comentou enquanto arrumava seu chapéu.
— Eu não fui chamá-la! — Encostei os antebraços no ferro e curvei o corpo.
— E então? — Abaixou-se, ficando na mesma posição e eu expliquei.
— Apenas disse para tentarmos conviver tranquilamente nesses dias, já que não podemos nos evitar o tempo todo.
— Parece que deu certo… — Sinalizou olhando na direção do píer e eu virei a cabeça para o lado oposto, tentando compreender o que foi dito e grande foi minha surpresa.
Allana seguia a caminho da embarcação e estava vestida com um conjunto de renda azul bebê, composto por uma saia longa com fenda na altura da coxa e um cropped de amarrar no pescoço.
O chinelo branco combinou muito com a escolha da roupa, deixando tudo completamente harmonizado e o vento jogando seus cabelos sedosos para trás, me fez compreender que nem mesmo querendo, vou conseguir esquecê-la. Eu sou louco por ela!
— É muito visível o quanto ela mexe contigo! — Exclamou e ouvimos o motor ligar. — Vou avisar o Gustavo para esperar.
— Não… Deixa que eu vou! — Tentei sair, mas ela me barrou.
— De jeito nenhum! Você mesmo acabou de dizer que não tem como se evitarem o tempo inteiro. Depois eu volto… — Acenou para sua amiga e entrou.
Permaneci no mesmo lugar e Allana logo embarcou e aproximou-se de onde eu estava.
— Felipe, quero me retratar por aquele dia no escritório... Eu passei dos limites e acabei te ofendendo... Me desculpe! — Ouvi atentamente e confesso que por um momento acreditei que ela iria dizer outra coisa.
— Esquece isso... Já passou! — Falei olhando para a imensidão do mar.
— Obrigada… — Agradeceu e eu assenti, então ficamos calados enquanto o barco começava a se mover.
A verdade é que fiquei um pouco desapontado porque ela se desculpou apenas pela discussão na empresa e simplesmente fingiu que a outra situação não aconteceu.
— Então pula que eu vou ficar esperando. — Até ela estava tentando segurar o riso.
— Você me paga, Gustavo! — Após encará-lo por alguns segundos, tirou a saia e mergulhou.
Assim que ela voltou à superfície, Gustavo pulou novamente e desta vez, quase caiu em cima de Kate, arrancando risos de todos. Nesse momento nossos olhares se cruzaram e seu sorriso encantador, outra vez prendeu minha atenção, fazendo com que eu ficasse admirando suas feições, mas ela também fixou em mim.
Nós quase não conversamos, embora a troca de olhares tenha sido inevitável… Ayla tem mesmo razão quando diz que o amor é um vício!
…
São quase 23 horas e graças a insistência de minha irmã caçula que decidiu curtir a vida, estamos no carro de Gustavo indo para uma boate. Todos toparam, inclusive Allana e eu só espero que a noite seja tão agradável quanto foi o dia.
Chegamos na casa noturna e como é composta por múltiplos ambientes, que permitem abrigar os mais diferentes tipos de eventos comerciais e sociais, escolhemos um dos bares, pois no local contém cinco e ao pegarmos as bebidas, Gustavo e eu subimos para um dos camarotes e as meninas foram para a pista.
Como ela ainda está fazendo o tratamento da anemia, ficou apenas no suco, mas não por vontade própria e sim porque seu irmão tirou a taça de sua mão antes que a teimosa conseguisse beber o drink.
Nem preciso mencionar o quanto ela está lindíssima com aquele macaquinho preto realçando suas curvas e unindo isso, aos movimentos sensuais de seu corpo, que se mexe no ritmo da música, estão atraindo vários olhares para ela e o pior é que eu nem tenho mais o direito de sentir ciúmes.
Após algum tempo somente observando, descemos para dançar com elas. Dessa vez também não ficamos muito próximos, mas nossos olhos insistiam em se encontrar a cada instante.
Já passava das três da manhã e nós havíamos gastado toda a energia que nos restava então decidimos voltar. Como Allana foi a única que não bebeu nada com álcool, seu irmão lhe entregou as chaves do carro e ela seguiu dirigindo. Logo chegamos em casa e cada um seguiu para seu quarto.
Tomei outro banho pois estava suado, vesti somente uma cueca branca e me deitei. Eu estava tão cansado que apaguei enquanto pensava no quanto é difícil tê-la no quarto em frente ao meu, ao invés de estar aqui ao meu lado.
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