Continuação….
Felipe
— Obrigado! É o que eu mais quero!
Pensei bem e optei por não falar que ela é a dona de meu coração, pois não quero que rejeite minha companhia e depois de tudo que ouvi, acho que é exatamente o que ela faria. Em resposta, ela apenas sorriu e em seguida se levantou.
— Vou tomar um analgésico, minha cabeça está doendo. Quer um? Acho que você vai precisar…
— Eu aceito!
Permaneci no mesmo lugar enquanto ela foi até a geladeira e voltou trazendo-me um copo de suco e um comprimido.
— Aqui está!
— Obrigado! Está se saindo uma ótima enfermeira, viu?! — Nós rimos e eu engoli o remédio.
A conversa estava tão agradável que nem vimos a hora passar e quando nos demos conta, já passava do meio dia. A convidei para irmos almoçar, mas ela disse que não queria sair porque estava com receio de encontrar Igor, então liguei no restaurante e pedi comida.
Não demorou muito e o pedido chegou. Desci para receber, nós comemos e depois limpamos a cozinha, já que ela deu folga a empregada que está com o filho doente. Sentamos na sala novamente e o celular dela não parava de tocar.
— Insistente, né?!
— Nossa, demais! Vou ter que bloqueá-lo.
— Faça isso ou não terá tranquilidade. — Ela mexeu no aparelho e em seguida colocou na mesinha ao lado.
— Pronto! — O telefone começou a tocar novamente e eu fiquei confuso.
— Tem certeza que bloqueou? — Ela assentiu.
— Sim! Agora é o meu irmão.
— Não vai atender? — Perguntei ao ver que ela o deixou no mesmo lugar.
— Não! Ele está ligando em vídeo chamada e eu não posso deixar que vejo meu pescoço assim.
— Você não acha que deveria contar para ele?
— De jeito nenhum! Ele viria para o Rio hoje mesmo e eu não quero mais brigas… já basta você com esse machucado por culpa minha.
— Pode parar de se culpar! Igor só teve o que mereceu e quanto a isso… — Levei a mão até o corte. — São apenas consequências.
— Mas não deveria ter acontecido!
— Por favor, pare! — Pedi e ela me olhou em silêncio. — Não se preocupe mais com isso ou eu ficarei chateado! Pode ser?
— Vai ser difícil, mas vou tentar… prometo!
— Ótimo! — Ela sorriu e novamente o toque do aparelho ecoou no ambiente. — Melhor atendê-lo… ele não vai desistir!
— Pior que não vai mesmo! E já deve estar doido porque não atendi.
— Eu ia dizer isso! — Nós rimos.
— Vou enviar uma mensagem alegando que estou ocupada e depois retorno… ao menos assim ele desiste.
— Bom… já sabe minha opinião, mas eu respeito sua decisão!
— Obrigada! — Ela enviou a mensagem para o irmão e conectou no carregador. — O que acha de assistirmos um filme?
— Não sabe como me alegra ouvir isso! — Percebi que a deixei constrangida mas rapidamente ela mudou de assunto.
— Aceita um uísque? — Indagou chegando até o bar.
— Claro que sim! Você me acompanha?
— Com certeza. — Afirmou e voltou com os dois copos e me entregou um. — Vamos até a varanda tomar um ar fresco? Estou precisando.
— Eu ia propor a mesma coisa! — Outra vez o celular dela tocou.
— Agora eu vou ter que atender… já vou lá com você.
— Sem pressa!
Segui para o local e ao me aproximar do vidro de proteção, vi o carro de Igor parado do outro lado da rua. Encostei-me, virando de frente para a porta de acesso e logo ela se juntou a mim.
— Aconteceu alguma coisa? Parece preocupado… — Interrogou ao beber um pouco do líquido e eu tentei disfarçar.
— Não… está tudo bem! Deve ser impressão sua! Mas e aí, conversou com seu irmão?
— Sim… tive que inventar outra desculpa para que ele não tentasse mudar a chamada para o vídeo, mas não sei se ele engoliu.
— E o que foi que você disse?
— Que estava no trânsito… — Caminhou tranquilamente em minha direção e quando vi que ela iria olhar para baixo, virei o copo, bebendo tudo de uma vez e segurei em sua cintura, aproximando nossos corpos, para que não concluísse o percurso.
Seus belos olhos azuis encararam os meus e sua respiração irregular, entregou que ela estava tensa… estávamos tão próximos que pude senti-la tremer! O perfume suave de sua pele aguçou meus instintos, fazendo-me desejá-la cada vez mais perto, mas minha mente gritava que eu não devia… o olhar dela vacilou quando pude senti-lo pesar sobre meus lábios e nesse momento voltei a realidade, colocando-me em meu lugar ao soltá-la devagar.
— Pode me servir outra dose, por favor?
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