Lembranças das noites quentes de verão romance Capítulo 213

- Eu quero voltar a trabalhar.

Ele gargalhou. Enruguei a testa, confusa com a atitude dele.

- Está debochando de mim? Eu sou capaz.

Ele riu ainda mais um tempo antes de dizer:

- Eu... Quase morri, pensando que você iria dizer que estava farta da nossa vida em família.

- Eu não estou farta da nossa vida em família. Acho que jamais isso vai acontecer.

- Lembra que você falou uma vez sobre dar aulas na faculdade?

- Sim... – Sorri, feliz por ele lembrar.

- É isso que precisa fazer, meu amor. Seguir adiante com seus planos. Não podemos parar eles pelas crianças.

- Acha que damos conta de tudo? Cuidar de Medy, da Alice... Eu voltar a estudar, a casa... Mamãe não vai mais estar aqui. E estamos sem dinheiro. Nem sei quando vamos conseguir vender aquele prédio.

- A gente dá um jeito, meu amor... – Ele me enlaçou pela cintura.

Pus as mãos ao redor da nuca dele, arqueando a cabeça para trás:

- Obrigada. Não achei que você me entenderia.

- Eu entendo. E você pode fazer o que quiser, Sabrina. Porque você é uma mulher incrível... E maravilhosa.

- Eu só gostaria de fazer uma coisa antes de pensar em voltar a estudar para alcançar meu objetivo profissional... – Encarei-o seriamente.

- O quê?

- Quebrar os 40 dias sem sexo.

Ele riu gostosamente, pondo a cabeça para trás, me apertando ainda mais contra seu corpo:

- Isso quer dizer que vamos ir além das brincadeiras?

Assenti, com a cabeça, deixando uma das minhas mãos deslizarem pelo seu peito, por dentro da camisa.

- Mamãe, eu estou pronta! – Melody gritou do box.

Suspirei, rindo:

- Por hora, vou secar Melody. Depois dar de mama para Alice. Se sobrar tempo, à noite, quebramos a quarentena.

- Sou a favor de quebrar a quarentena antes de você se tornar uma doutora e dar aulas na faculdade.

- Ah, também sou a favor disso. – Ri, enquanto levava a toalha para secar Melody.

Enquanto trocava a roupa dela, Charles entrou no quarto, com Alice no colo:

- Olha quem veio ver a irmã do meio aprendendo a se vestir sozinha. – Ele disse.

Encarei-o, enquanto ele continuou:

- Medy, acho que você já pode escolher a sua roupa e trocar-se sozinha, sem a ajuda da mamãe. O que acha?

Ela o olhou, demorando a responder:

- Mas eu só tenho seis anos.

- Não... Você “já tem” seis anos. Eu li que já pode começar a fazer isso.

- Acho que devemos perguntar para tia Yuna – ela piscou para o pai – Pediatras sabem mais que livros.

- Ok, nós vamos perguntar a tia Yuna – ele confirmou – Mas não enquanto ela é só sua dinda aqui em casa. Ou seja, você vai com Alice novo consultório, na próxima semana.

Terminei de vesti-la e ela desceu correndo as escadas, certamente indo pedir para a vovó lhe fazer algo para comer. Ou até mesmo reclamar da ideia de Charles.

- Não estamos sendo muito duros com ela? – Perguntei.

Toquei seu rosto:

- Torço para que isso aconteça em breve.

- E além de Gui, eu quero comprar o Cálice Efervescente.

- Eu... Gostaria de poder ajudar com isso. Mas no momento só tenho um edifício que em breve vai ser posto a venda... E talvez demore para alguém se interessar pela compra.

- Estou pensando em compor algo novo. Você aflorou meu lado romântico, que jamais pensei que tinha. Mas na verdade eu sempre gostei de pop, rock...

- Pode cantar para mim num ritmo de rock.

Ele riu:

- Não é assim que funciona, garotinha. – Tocou meus lábios, enquanto comprimia os seus.

- Não faz assim, Charles... Isso me excita profundamente. E eu estou com a nossa filha no colo.

- Quem sabe deixamos as duas com a sua mãe? E saímos só nós dois? – Sugeriu.

Senti um frio na barriga com a proposta. E minha calcinha molhou... E foi de tesão. Deus, eu estava viva ali embaixo ainda.

- Eu aceito o convite, “el cantante”...

Fui na direção da boca dele, para beijá-lo, quando Calissa gritou do primeiro andar:

- Charles, Colin no telefone da casa. Disse que é urgente.

Ele me olhou:

- Acho que vou deixar as meninas e sua mãe junto... Todas na casa de Colin.

- Eu posso apostar que Colin e Yuna estão fazendo mais sexo que nós. – Reclamei.

- Será? – Ele riu, descendo rapidamente.

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