Yuna apareceu no corredor, recém acordada, ainda de pijama:
- Tudo bem? – Nos olhou.
- Não! – Falei imediatamente.
Ela fitou Melody:
- Que tal você vir tomar café da manhã comigo, no quarto?
- Não... Eu vou passear com mamãe e papai.
- Papai e mamãe não vão poder levá-la junto, meu amor. Mas prometemos que amanhã faremos um passeio bem legal.
- Ah, mas eu quero ir junto.
- Por favor... Amanhã.
Olhei para o relógio:
- Charles, já passa das dez. Precisamos ir.
- Vamos – Ele confirmou, dando um beijo na bochecha da filha.
- Cuida dela, Yuna... Por favor. – Pedi.
- Pode deixar.
- Como foi o encontro?
- Bem... Eu... Meio que ouvi os seus conselhos.
Sorri, feliz:
- Isso quer dizer que...
Ouvimos uma forte batida na porta. Nos olhamos imediatamente.
- Quem será agora? – Charles desceu os degraus da escada rapidamente. ¬
Fui atrás dele, acompanhada de Yuna e Melody.
- Monaghan? – Ele olhou para Colin, que trazia um buquê com margaridas.
- Olá... – Disse Colin sem jeito.
- Acha mesmo que vou deixar que você entre? Como ousa trazer flores para minha mulher?
- Não são para Sabrina. – Ele me fitou sobre os ombros de Charles.
Puxei Charles e deixei a entrada livre:
- Entre, Colin.
Ele entrou e entregou as flores para Yuna, que ficou completamente sem jeito:
- Obrigada... São lindas. Mas não precisava se incomodar.
- Imagine... Não foi incômodo. Só espero que você não seja alérgica.
- Não... Não sou.
Melody começou a gargalhar:
- Estão namorando! Estão namorando! – Gritava andando em volta deles.
Pus a mão na testa, tentando entender porque aquilo acontecia comigo. Parecia que tudo era um sinal para eu não sair de casa naquele dia.
Charles pegou Melody no colo e advertiu:
- Não é legal fazer isso.
- Mas eles estão namorando. Colin deu flores para tia Yuna. Eu disse que eles seriam namorados.
- Bem... Eu fiz umas ligações. E consegui algo.
- O quê? – Perguntei.
- Precisamos ir para capital, Sabrina. Tentei não me envolver tão profundamente nisso tudo. Mas ao ver o seu sofrimento, é impossível.
Abaixei a cabeça, sabendo que tudo que queria era ouvir aquilo da boca dele.
- Eu... Gostaria de levar Yuna e Melody para passear. Posso? – Colin perguntou.
- Está pedindo permissão para qual das duas? – Charles riu.
Ele balançou a cabeça, tentando esconder um sorriso.
- Eu autorizo Melody – Charles consentiu – Mas tente não usar tanto perfume. Não quero minha filha cheirando você.
- E eu autorizo Yuna. – Tentei não rir, sem sucesso.
Charles me direcionou:
- Vamos, garotinha?
Sorri, pegando a mão dele firmemente:
- Vamos.
- Cuide bem da minha menina, por favor. – Charles advertiu, antes de sair.
Entramos no meu carro e Charles fez questão de dirigir. Ficamos boa parte do trajeto em silêncio, cada um com seus próprios pensamentos.
Depois de um tempo, perguntei:
- Acha que Guilherme vai querer parte da casa?
- Acho que Kelly vai querer até o par da minha meia velha e furada que pertence a ele.
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